GPA vende participação em financeira ao Itaú por R$ 260 mi e poderá buscar parceiros

Operação que envolve a Financeira Itaú CBD faz parte de plano de redução de dívida e também libera a rede varejista para acertar novas parcerias para a oferta de serviços financeiros nos balcões de mais de 730 supermercados

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Bloomberg Línea — O GPA (Grupo Pão de Açúcar) vendeu sua participação na Financeira Itaú CBD ao Itaú Unibanco (ITUB4) por R$ 260,1 milhões. O contrato foi assinado na última sexta-feira (5), segundo fato relevante nesta segunda-feira (8).

O Itaú passa a deter o controle total da financeira e pagará à vista no fechamento da operação, que depende de aprovações regulatórias.

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Em comunicado separado, o Itaú informou que também fechou a compra das participações do Grupo Casas Bahia na Financeira Itaú CBD e no Banco Investcred, além da fatia do Assaí na financeira.

A Casas Bahia informou, em fato relevante, que receberá cerca de R$ 266,1 milhões pela totalidade de suas participações nas duas instituições, enquanto o Assaí divulgou que embolsará aproximadamente R$ 260 milhões por sua fatia na financeira, mas apenas dois anos após o fechamento da operação, quando o Itaú terá desembolsado um total de cerca de R$ 786 milhões pelas três aquisições.

A Financeira Itaú CBD opera desde 1999 como joint venture entre o banco e a Companhia Brasileira de Distribuição.

A rede de supermercados que pertenceu durante décadas à família Diniz oferece cartões de crédito, empréstimos e seguros aos clientes das lojas.

Atualmente o GPA passa por um processo de disputa pelo seu controle, desde a decisão de saída do grupo francês Casino, com mudanças no conselho e no comando executivo - Marcelo Pimentel renunciou no fim de outubro e foi substituído de forma interina pelo CFO e diretor de RI, Rafael Sirotsky Russowsky.

O banco vai manter a operação dos cartões co-branded Itaú/GPA, segundo o fato relevante, enquanto os clientes poderão continuar a usar os produtos financeiros nas lojas físicas e digitais durante os prazos de validade.

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A transação libera o Grupo Pão de Açúcar para buscar novos parceiros financeiros nos balcões de suas lojas - são mais de 730 pontos de venda, segundo o documento. O fluxo supera 20 milhões de clientes por mês.

O Itaú negocia o valor da transação com ajustes de preço. Os ajustes ocorrerão entre a assinatura e o fechamento do negócio.

Plano de desalavancagem

A operação integra o plano de desalavancagem do Pão de Açúcar, que busca reduzir a dívida líquida. A companhia, que opera as bandeiras Pão de Açúcar e Extra, está em reestruturação desde 2021.

O GPA planeja implantar uma nova operação nos balcões após o fechamento da venda com o Itaú, mas não detalhou se já existe a definição de um modelo alternativo de negócio nem se haverá processo competitivo para a escolha de um parceiro.

Matéria atualizada às 10h15 com conteúdo do comunicado divulgado pelo Itaú

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