Exportadores de vinho da França estimam perdas de € 1 bilhão com tarifas dos EUA

Setor de vinhos da França alerta para risco de perda de 600 mil empregos devido às tarifas; os EUA compraram quase 30% das exportações de vinho da Europa em 2024

Por

Bloomberg — O setor de vinhos e bebidas destiladas da França espera perder € 1 bilhão caso os Estados Unidos continuem a impor uma tarifa de importação de 15% sobre seus produtos na próxima semana, enquanto a União Europeia faz um último esforço para obter uma isenção.

A taxa, com previsão de entrada em vigor em 7 de agosto, provavelmente reduzirá um quarto das exportações anuais do setor na França, segundo a federação de exportadores de vinhos e destilados do país, a FEVS, em um comunicado na sexta-feira.

Isso também colocará em risco os empregos das 600.000 pessoas diretamente empregadas pelo setor, de acordo com a federação.

Leia também: Com medo de tarifas, produtores de vinho e manteiga da UE aceleram vendas aos EUA

“Saudamos os esforços já feitos para tentar obter a exclusão de vinhos e bebidas alcoólicas dessa tarifa de 15%”, disse o presidente da FEVS, Gabriel Picard.

“A situação não pode permanecer como está. É vital que a França e a União Europeia se envolvam ativamente conosco para apoiar de forma muito concreta o nosso setor.”

O presidente dos EUA, Donald Trump, revelou uma série de novas tarifas sobre produtos de todo o mundo, avançando em seu esforço para remodelar o comércio internacional.

O Ministro das Relações Exteriores da França, Jean-Noel Barrot, disse em uma entrevista de rádio que a França e a União Europeia continuam a negociar uma isenção para os vinhos e bebidas alcoólicas do continente.

“Esse é um passo e não vamos parar por aqui”, disse Barrot na rádio France Inter, na sexta-feira.

“Queremos obter novas concessões e garantias para vinhos e bebidas alcoólicas.”

A União Europeia, apoiada por líderes do setor, como Bernard Arnault, da LVMH, está pressionando para conseguir um acordo que levaria os setores de bebidas alcoólicas e vinhos pelo menos de volta à forma como operavam antes dos anúncios de tarifas do Dia da Libertação de Trump, disseram pessoas familiarizadas com o assunto no início desta semana.

A turbulência comercial está ocorrendo em um cenário de excesso de vinho no mundo, apesar da queda na produção para o nível mais baixo em 60 anos em 2024, com a demanda caindo ainda mais rápido.

Os EUA compraram quase 30% das exportações de vinho da Europa no ano passado.

Veja mais em bloomberg.com

Leia também

Do vinho de entrada ao luxo: como a Concha y Toro se tornou líder em vendas no Brasil