Empresário dono do OnlyFans recebe US$ 1,8 bilhão em dividendos em três anos

No último ano fiscal, empresário recebeu US$ 701 milhões em dividendos enquanto aguarda por uma possível venda da plataforma de conteúdo adulto avaliada em US$ 8 bilhões

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Bloomberg — O OnlyFans pagou ao seu proprietário Leonid Radvinsky US$ 701 milhões em dividendos antes de uma possível venda da rede social de conteúdo adulto. Desde 2021, o empresário recebeu cerca de US$ 1,8 bilhão da plataforma.

O pagamento foi divulgado em registros financeiros na sexta-feira pela Fenix International, a empresa sediada em Londres que administra a plataforma. A empresa, que permite que os criadores de conteúdo adulto ofereçam material de assinatura diretamente aos seus fãs, explora uma venda com uma avaliação potencial de US$ 8 bilhões, informou a Bloomberg em maio.

O OnlyFans ganha dinheiro ao cobrar uma taxa de 20% sobre qualquer assinatura ou conteúdo, incluindo vídeos, fotos e bate-papos vendidos pela plataforma.

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A popularidade da plataforma disparou durante a pandemia de covid-19, quando muitos profissionais do sexo e celebridades estavam em busca de maneiras de ganhar dinheiro durante o confinamento.

Embora grande parte do conteúdo seja pornográfico, o site também hospeda criadores focados em outros tópicos, como fitness e alimentação.

O registro, referente ao ano encerrado em 30 de novembro, mostrou que US$ 7,2 bilhões em pagamentos foram processados por meio da plataforma, acima dos US$ 6,6 bilhões em 2023.

O lucro antes dos impostos foi de US$ 684 milhões no ano, um aumento de cerca de 4%.

As contas de criadores cresceram 13% para 4,6 milhões, enquanto as contas de fãs aumentaram 24% para 377,5 milhões.

Radvinsky, o único proprietário da Fenix, recebeu US$ 497 milhões em dividendos ordinários, além de US$ 204 milhões adicionais em cinco parcelas pagas após a data do relatório.

No total, o empresário ucraniano-americano recebeu cerca de US$ 1,8 bilhão da plataforma desde 2021. A empresa divulgou dividendos de $ 472 milhões em 2023, $ 338 milhões em 2022 e $ 284 milhões no ano anterior, de acordo com os registros.

O OnlyFans tem explorado uma série de ofertas de venda este ano, informou a Bloomberg anteriormente, citando uma pessoa familiarizada com o assunto.

Entre os que avaliam uma oferta estava um consórcio liderado pela empresa de investimentos Forest Road, informou a Reuters, ao citar fontes que não foram identificadas.

Mas o negócio encara entraves. A plataforma enfrenta preocupações de longa data sobre a segurança online e a natureza explícita de alguns de seus conteúdos. A empresa afirmou que os moderadores analisam todo o conteúdo publicado e que verifica se os criadores têm mais de 18 anos.

A empresa informou ter 46 funcionários, incluindo um diretor. O OnlyFans pagou US$ 45,4 milhões em salários, pagamentos de seguridade social e contribuições para pensões, um aumento de 64% em relação ao ano anterior e uma média de quase US$ 1 milhão por funcionário. A remuneração do diretor mais bem pago saltou de US$ 4,7 milhões para US$ 9,7 milhões.

Radvinsky, tímido em relação à publicidade, disse anteriormente na seção “doações” de seu site pessoal que seu objetivo é “um dia estar em posição de assinar o Giving Pledge”, referindo-se à promessa de alguns dos mais ricos do mundo de doar a maior parte de suas fortunas.

Radvinsky comprou uma participação majoritária no OnlyFans em 2018 de seus fundadores britânicos Guy e Tim Stokely, pai e filho, que deram início ao negócio em 2016.

Nascido na cidade portuária ucraniana de Odesa, a família de Radvinsky se mudou para Chicago quando ele era criança. Atualmente, ele mora na Flórida.

--Com a ajuda de Benoit Berthelot e Neil Callanan.

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