Consumidores dos EUA vão ‘pagar a conta’ das tarifas, diz CEO da Pandora

Fabricante dinamarquesa de joias avalia reajustar preços nos EUA para compensar tarifas de 19% sobre produtos feitos na Tailândia

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Bloomberg — A empresa dinamarquesa de joias e semijoias Pandora avalia possíveis aumentos de preços nos EUA devido às tarifas mais altas impostas pelo presidente Donald Trump, de acordo com seu CEO.

“Todos na categoria de joias acessíveis nos Estados Unidos, praticamente sem exceção, são provenientes de algum lugar da Ásia, onde há vários graus de tarifas”, disse o CEO Alexander Lacik em uma entrevista à Bloomberg News na sexta-feira.

Embora o momento e a extensão dos aumentos de preços ainda não estejam claros, “o consumidor americano terá que pagar a conta”, acrescentou.

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O CEO se junta a outros executivos na advertência de preços mais altos para compensar o impacto das tarifas crescentes. Até o momento, as empresas norte-americanas têm sofrido a maior parte do impacto, mas o ônus será cada vez mais repassado aos consumidores, afirmaram economistas do Goldman Sachs, como Jan Hatzius, na semana passada, o que provocou uma repreensão do presidente.

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A Pandora, conhecida por fabricar pulseiras de amuletos, tem sofrido pressão de uma queda nos gastos dos consumidores devido à incerteza econômica, com as políticas comerciais dos EUA.

A empresa dinamarquesa fabrica quase todas as suas joias na Tailândia, que foi atingida por taxas de 19% dos EUA.

De modo geral, a exposição da Pandora aos EUA é menor do que a de muitas rivais, com o país respondendo por cerca de um terço da receita.

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Ainda assim, a empresa também enfrenta uma demanda mais fraca do que o esperado em seus principais mercados na Europa, de acordo com os resultados do segundo trimestre na sexta-feira, o que fez com que as ações caíssem até 14%, ampliando a queda deste ano para mais de 30%.

“Apenas um terço dos meus negócios é nos EUA e dois terços são no exterior, portanto, se todos nós tivermos que aceitar um aumento de preço de 10%, por exemplo, eu poderia optar por aceitar 3,5% nos EUA e globalmente, enquanto os outros terão que aceitar todos os 10% nos EUA”, disse Lacik.

--Com a ajuda de Jonas Ekblom.

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