Com Messi na liga, MLS analisa receber investimento de fundos soberanos

Fundos soberanos têm investido cada vez mais no esporte profissional em todo o mundo, caso do Fundo de Investimento Público da Arábia Saudita

Messi fechou acordo com o Inter de Miami, dos Estados Unidos
Por Ed Ludlow, Randall Williams e Guillermo Molero
15 de Julho, 2023 | 05:26 PM

Bloomberg — A Major League Soccer (MLS) pode ser a próxima liga esportiva dos Estados Unidos a permitir que fundos soberanos invistam em suas equipes.

Os membros do conselho da liga discutirão o assunto em uma reunião na próxima semana em Washington, afirmou o comissário da MLS, Don Garber, na quinta-feira (13), durante a Conferência Allen & Co. Sun Valley.

Segundo ele, o conselho está seguindo os passos de outras ligas esportivas dos EUA, incluindo hóquei e basquete.

“A NHL e a NBA consideraram ter fundos soberanos e fundos de pensão”, disse Garber em uma entrevista à Bloomberg TV. “A MLS está considerando a mesma coisa.”

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Fundos soberanos têm investido cada vez mais no esporte profissional em todo o mundo. Os sauditas, por meio do Fundo de Investimento Público (PIF, na sigla em inglês) do país, são proprietários da LIV Golf e do Newcastle United FC. O PIF também considerou a compra de outro grande clube de futebol na Europa, segundo a Bloomberg News.

O príncipe herdeiro Mohammed bin Salman tornou o esporte uma parte fundamental de sua estratégia para diversificar a economia, melhorar a imagem do reino internacionalmente e impulsionar o crescimento do turismo.

A Arábia Saudita está considerando uma oferta conjunta para sediar a Copa do Mundo FIFA de 2030, um torneio realizado recentemente no vizinho Catar. O país também destinou bilhões para expandir desde o golfe até a Fórmula 1 e os combates de boxe.

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A entrada de capital do Oriente Médio agora está chegando aos esportes dos EUA. A National Basketball Association (NBA) recentemente aceitou seu primeiro investimento de fundo soberano de investimento.

A Qatar Investment Authority adquiriu uma participação de 5% na Monumental Sports & Entertainment, proprietária do Washington Wizards (da NBA), do Washington Mystics (da WNBA) e do Washington Capitals (da NHL). O negócio avaliou a MSE em US$ 4,05 bilhões, de acordo com a Sportico.

Acordo com Messi

Embora a MLS esteja considerando trabalhar com fundos soberanos como parceiros, já os viu como rivais. No início deste ano, a liga dos EUA conseguiu atrair a superestrela global do futebol Lionel Messi tanto do Barcelona FC quanto do clube saudita Al-Hilal, que é financiado pelo PIF.

O Al-Hilal ofereceu ao jogador de 36 anos um acordo que lhe renderia cerca de US$ 400 milhões anualmente, segundo relatos da imprensa. Se ele tivesse aceitado, ele se juntaria a outras grandes figuras do futebol, incluindo Cristiano Ronaldo e Karim Benzema, que estão ganhando centenas de milhões de dólares jogando no clube do país.

“O fato de ele ter dito que a Major League Soccer é sua liga de escolha, não a Arábia Saudita, nem o FC Barcelona, adiciona um nível de empolgação, credibilidade e entusiasmo enormes à nossa liga”, disse Garber sobre Messi.

A lenda do futebol argentino poderia ganhar até US$ 150 milhões ao longo de dois anos e meio, de acordo com a Sportico. Garber confirmou que o acordo de Messi inclui uma participação no clube e acordos de compartilhamento de receita com a Apple (AAPL) e a Adidas.

Garber disse que a MLS provavelmente não assinará outro acordo tão grande quanto o que garantiu a contratação de Messi, mas ele está aberto a isso se surgir a situação certa.

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“A probabilidade de termos outra situação com um jogador, em que ele tenha a oportunidade de participar do patrimônio, provavelmente é algo que nunca faremos novamente”, disse Garber. “Houve apenas um David Beckham. Há apenas um Lionel Messi.”

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