CEO da Nvidia diz que não há planos de vender chips de ponta Blackwell AI à China

A fala ocorre após especulações sobre um possível retorno da Nvidia à China e comentários de Huang sobre a corrida global de IA: “Cabe à China decidir quando eles gostariam que os produtos da Nvidia voltassem para atender ao mercado chinês”, disse o executivo

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Bloomberg — O CEO da Nvidia, Jensen Huang, disse que a empresa não mantém discussões ativas para vender seus chips Blackwell AI a companhias chinesas, após especulações de que estaria planejando um retorno ao maior mercado de semicondutores do mundo.

Huang, que chegou a Taiwan na sexta-feira antes das reuniões com a parceira de longa data Taiwan Semiconductor Manufacturing aproveitou a oportunidade também para esclarecer comentários recentes sobre a corrida de IA entre os EUA e a China.

O presidente da Nvidia causou alvoroço em uma entrevista esta semana com o Financial Times, quando foi citado como tendo dito que “a China vencerá” essa competição. Huang explicou que sua intenção era apenas destacar a proeza do país asiático na tecnologia incipiente.

O fundador, de 62 anos, continua em turnê pelo mundo depois de fazer paradas em Washington e na Coreia do Sul na semana passada, enquanto fecha acordos em todos os setores com empresas que buscam aproveitar a experiência em hardware de inteligência artificial da Nvidia.

Huang tem sido questionado, em particular, pela especulação persistente de que os EUA permitiriam as vendas de Blackwells - a atual linha de chips de IA de ponta da Nvidia - para a China.

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“Não há discussões ativas. Atualmente, não estamos planejando enviar nada para a China”, disse Huang de Tainan, ao sul de Taipei. “Cabe à China decidir quando eles gostariam que os produtos da Nvidia voltassem para atender ao mercado chinês. Estou ansioso para que eles mudem sua política e espero que possamos atender ao mercado chinês novamente.”

A Nvidia adicionou US$ 1 trilhão ao seu valor de mercado em questão de meses, tornando-se a primeira empresa de US$ 5 trilhões da história.

Embora as ações tenham perdido força nos últimos dias, a Nvidia continua sendo a empresa mais valiosa do planeta, à frente de seus pares tecnológicos Apple e Microsoft.

Huang está estimulando a adoção global da IA para expandir o uso da tecnologia da Nvidia em todas as regiões e setores.

O CEO também está tentando aliviar as preocupações de uma bolha de IA e provar que trilhões de dólares em investimentos em hardware - como data centers e chips da Nvidia - valerão a pena.

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Entre os desafios da Nvidia estão as fabricantes de chips rivais Advanced Micro Devices e Broadcom, que estão buscando seu próprio retorno de IA.

A Nvidia continua impedida de vender chips de IA que seriam grandes geradores de dinheiro na China.

Um acordo comercial entre os EUA e a China, anunciado na semana passada, não incluiu a aprovação das vendas dos chips Blackwell da Nvidia para clientes chineses, e as autoridades do governo Trump indicaram que essa medida está fora de cogitação por enquanto.

Se a Nvidia tivesse permissão para enviar produtos mais capazes para a nação asiática, ela poderia aproveitar uma oportunidade de US$ 50 bilhões lá, disse Huang durante os lucros em agosto.

A enorme demanda por sistemas de IA na China significa que esse mercado deve crescer 50% ao ano, disse ele.

O revés na China alimentou as preocupações de alguns investidores de Wall Street sobre a sustentabilidade dos gastos extraordinários com IA.

Eles temem que a inteligência artificial não cumpra sua promessa de gerar novos fluxos de receita que possam justificar centenas de bilhões de dólares em gastos de capital em data centers e nos chips da Nvidia que os operam.

--Com a ajuda de Vlad Savov.

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