Carrefour trabalha com Rothschild para potencial venda de operação na Itália

Segundo fontes disseram à Bloomberg News, potencial negócio faz parte da revisão estratégica de ativos; grupo francês de supermercados tem na Itália o seu quinto maior mercado, com quase 1.200 lojas e cerca de US$ 4,3 bilhões em vendas

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Bloomberg — O Carrefour trabalha com a Rothschild & Co. em uma possível venda de suas operações na Itália, disseram à Bloomberg News pessoas familiarizadas com o assunto, enquanto o grupo francês de supermercados busca realizar uma revisão estratégica dos ativos.

A empresa francesa e seu assessor financeiro começaram a avaliar o interesse de possíveis pretendentes na Itália, disseram as pessoas, que pediram para não serem identificadas, pois as informações são privadas.

É provável que a empresa italiana seja vendida em vários negócios devido ao seu tamanho, disseram as pessoas.

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As deliberações estão em andamento e não há garantia de que uma transação aconteça, disseram as pessoas.

O Carrefour acaba de iniciar uma profunda revisão estratégica de seu portfólio de negócios, que abrange todos os negócios e modelos organizacionais, em resposta às mudanças nas condições do mercado, disseram seus representantes em um comunicado, recusando-se a comentar sobre os detalhes.

No Brasil, o seu segundo maior mercado depois apenas da França, o Carrefour conduziu uma operação para tirar a empresa da bolsa e acaba de anunciar a mudança do seu CEO.

Os representantes do Rothschild não estavam imediatamente disponíveis para comentar. O jornal local Corriere della Sera informou anteriormente sobre o envolvimento do Rothschild.

O CEO global do Carrefour, Alexandre Bompard, que está à frente da empresa desde 2017, com contrato a ser renovado no próximo ano, tem tentado reforçar a valor de mercado da empresa por meio de acordos, incluindo a alienação de ativos.

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As ações caíram para o nível mais baixo em mais de três décadas em 26 de junho, depois que o JPMorgan Chase colocou as ações em observação com viés negativo e rebaixou suas estimativas antes dos lucros do primeiro semestre do grupo de supermercados, que serão conhecidos na quinta (24).

A revisão estratégica dos ativos está em “bom progresso”, disse o CFO Matthieu Malige a analistas durante uma reunião de vendas do primeiro trimestre em abril.

“Atualizaremos os mercados assim que as decisões forem tomadas e as ações estiverem bem avançadas”, disse ele na ocasião.

A Itália foi o quinto maior mercado do Carrefour em 2024, depois da França, Brasil, Espanha e Bélgica.

O Carrefour abriu sua primeira loja na Itália em 1993. No final do ano passado, tinha 1.185 lojas, desde lojas de conveniência e supermercados até hipermercados e lojas de cash & carry, gerando 3,7 bilhões de euros (US$ 4,3 bilhões) em vendas líquidas.

Qualquer transação precisaria do apoio dos acionistas-âncora do Carrefour, incluindo a família Moulin, proprietária do grupo francês de lojas de departamentos Galeries Lafayette. Eles têm uma participação de 9,46%, segundo um registro regulatório do mês passado.

Uma holding criada pelo falecido empresário brasileiro Abilio Diniz também possui uma participação significativa.

O próprio Carrefour também tem sido um alvo potencial de aquisição.

No início de 2021, a Alimentation Couche-Tard, proprietária do Circle K, abandonou as negociações sobre uma proposta de fusão de US$ 20 bilhões após forte oposição do governo francês.

O rival francês Auchan também estudou um possível acordo para o Carrefour várias vezes nos últimos anos, embora um acordo nunca tenha se concretizado.

Bompard é visto como um negociador e anteriormente supervisionou a aquisição da Darty quando era CEO da varejista Fnac.

O Carrefour enfrenta forte concorrência de varejistas de descontos na França, como Aldi e Lidl, em meio à crise do custo de vida.

-- Com a colaboração de Luca Casiraghi.

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