BTG Pactual sinaliza melhora da rentabilidade no ano em linha com guidance

CFO Renato Cohn diz a jornalistas que avanço do ROAE de 23,1% para 23,2% no primeiro trimestre do ano ‘indica que ainda há espaço para melhorar’; banco vê retomada do mercado de dívida

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Bloomberg Línea — O BTG Pactual (BPAC11) registrou R$ 3,37 bilhões de lucro líquido no primeiro trimestre deste ano, novo resultado recorde, com alta de 16,5% na base anual e retorno ajustado sobre o patrimônio líquido médio (ROAE) de 23,2%.

“Fechamos 2024 com ROAE de 23,1% e o guidance para este ano era superar o patamar alcançado no ano anterior. Largar já no primeiro trimestre [acima do dado do último ano] indica que ainda há espaço para expandir”, afirmou Renato Cohn, CFO do banco, em entrevista com jornalistas nesta segunda-feira (12).

O executivo reforçou, no entanto, que não espera um crescimento contínuo ou acelerado. “Esperamos ganhos moderados ao longo do tempo”, disse.

O volume total de ativos sob gestão e administração atingiu R$ 2 trilhões no primeiro trimestre de 2025, com crescimento de 24% no ano.

O BTG Pactual apresentou crescimento em quase todas as linhas de atuação no primeiro trimestre. Uma exceção foi o banco de investimentos, penalizado pela desaceleração do mercado de capitais.

A área registrou receita de R$ 380 milhões no primeiro trimestre, baixa de 25% em relação ao trimestre anterior e queda de 42% na comparação anual.

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Dentro de investment banking, Cohn ressaltou a recuperação do mercado de dívida após um período difícil no final de 2024, quando o dólar encostou nos R$ 6,20 e inibiu a emissão de dívida.

“Vimos uma melhora substancial ao longo dos três primeiros meses do ano. Para o segundo trimestre acreditamos em uma melhora frente ao primeiro, porque vai ter um número muito maior de operações colocadas no mercado.”

Em operações de fusões e aquisições (M&A), Cohn afirmou que há muitos negócios no pipeline para este ano, mas é difícil precisar quando eles devem sair. “É uma questão conjuntural, nada específico. Acreditamos que vai haver um volume maior de operações fechando nos próximos trimestres.”

O maior desafio vem do mercado de ações, que vem de um patamar deprimido no último ano. Em 2025 a bolsa brasileira mostra forte recuperação, com o Ibovespa com ganho de 13,7% no acumulado do ano. Ainda assim, o cenário é de retomada gradual, segundo o executivo.

“Nesse patamar, há chance de voltar a haver alguma operação”, afirmou o CFO.

“Normalmente, primeiro acontecem follow-ons, emissões secundárias ou de empresas que já estão listadas e vão fazer alguma colocação, aumento de capital. E eventualmente até um IPO um pouco mais para frente.”

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