Black Friday contraria dados preliminares e fecha com alta em vendas, diz Cielo

Faturamento de sexta a domingo em mais de 900 mil varejistas monitorados no país subiu 1,5% em termos nominais, com destaque para vendas pelo e-commerce

Eletrônicos como TVs estiveram entre itens vendidos com desconto para a Black Friday (Foto: David Paul Morris/Bloomberg)
27 de Novembro, 2023 | 05:39 PM

Bloomberg Línea — A Black Friday foi um fiasco? Os primeiros boletins parciais sobre a temporada de descontos no Brasil haviam apontado uma demanda mais fraca por parte do consumidor. Mas dados mais atualizados das vendas que incluem o final de semana (entre os dias 24 e 26) mostram que o saldo final acabou no azul, ainda que com crescimento pouco expressivo em relação ao ano passado, quando a Copa do Mundo estimulou o consumo com as compras de TVs e produtos relativos à seleção brasileira.

A Cielo (CIEL3), empresa de pagamentos eletrônicos no Brasil controlada pelo Bradesco e pelo Banco do Brasil, fechou nesta segunda-feira (27) o balanço final das vendas no final de semana da Black Friday, reportando uma alta nominal (sem descontar a inflação) de 1,5% em comparação com igual período do ano passado, de acordo com o ICVA (Índice Cielo do Varejo Ampliado).

O levantamento divulgado em primeira mão pela Bloomberg Línea inclui dados reais de mais de 900 mil varejistas em todo o país, não apenas credenciados à Cielo mas de diferentes plataformas - ou seja, não se trata de estimativas com base em tráfego.

Segundo relatório da maior companhia de meios de pagamento do país, o faturamento do e-commerce cresceu 10,9%, enquanto o de lojas presenciais ficou com variação positiva de 0,4%. A análise considerou as vendas realizadas de sexta a domingo ante 25 a 27 de novembro do ano passado.

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Segundo a Cielo, o maior destaque em vendas foi o segmento de cosméticos e higiene pessoal, com alta de 18,2%. Em seguida, móveis, eletro e departamento (+10,5%), óticas e joalherias (+9,7%) e turismo e transporte (+9,6%).

Entre os principais segmentos movimentados pela Black Friday, o de livrarias e papelarias apresentou a maior retração (-1,8%), confirmando dados de boletins parciais do ICVA.

Nordeste puxa alta em venda presencial

O ICVA da Cielo apontou que, considerando apenas as vendas presenciais, houve alta no faturamento das regiões Nordeste (+4,7%) e Sul (+3,9%). O desempenho do varejo no Sudeste, no Centro-Oeste e no Norte foi negativo, com baixas de 0,9%, 2,5%, e 3,6%, respectivamente, apontou a nota.

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Entre as unidades federativas, os destaques registrados foram Piauí (+11,6%) e Rio Grande do Norte (+11,1%). Na sequência, Santa Catarina (+7,8%), Sergipe (+7,1%) e Rio Grande do Sul (+4,7%).

Por outro lado, Goiás e Amazonas registraram baixas de 5,0% e 4,8%, respectivamente. Distrito Federal (-2,5%), Rio de Janeiro (-2,4%) e Pará (-1,9%) aparecem em seguida, segundo a companhia.

“O resultado do final de semana confirma o que o desempenho individual da sexta-feira havia indicado: o e-commerce foi o grande destaque da Black Friday 2023. “Entre os setores, Cosméticos e Higiene Pessoal registrou a maior alta, impulsionado pelo aumento do tíquete médio, o que pode ter sido estimulado por grandes promoções”, avaliou Carlos Alves, vice-presidente de tecnologia e negócios da Cielo.

Metodologia

O ICVA é considerado um dos “termômetros” mais precisos para acompanhar mensalmente a evolução do varejo brasileiro, de acordo com as vendas realizadas em 18 setores mapeados pela Cielo, desde pequenos lojistas a grandes varejistas. Eles respondem por mais de 900 mil varejistas monitorados no país, não apenas credenciados à Cielo. O peso de cada setor no resultado geral do indicador é definido pelo seu desempenho no mês.

O ICVA foi desenvolvido pela área de inteligência de mercado da Cielo com o objetivo de oferecer mensalmente uma fotografia do comércio varejista do país a partir de informações reais, segundo a companhia

A unidade de inteligência de mercado da Cielo desenvolveu modelos matemáticos e estatísticos que foram aplicados à base da companhia com o objetivo de isolar os efeitos do comportamento competitivo do mercado de credenciamento - como a variação de market share - e os da substituição de cheque e dinheiro no consumo. Dessa forma, o indicador não reflete somente a atividade do comércio pelo movimento com cartões, mas, sim, a dinâmica de consumo no ponto de venda, segundo a empresa.

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Sérgio Ripardo

Jornalista brasileiro com mais de 25 anos de experiência, com passagem por sites de alcance nacional como Folha e R7, cobrindo indicadores econômicos, mercado financeiro e companhias abertas.