Binswanger Brazil aposta em empresa de inteligência estratégica para ampliar negócios

Chamada de Landsight, nova empresa do grupo atuará em projetos imobiliários especiais; objetivo é manter o ritmo de crescimento acelerado, diz o sócio-diretor, Nilton Molina Neto, à Bloomberg Línea

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Bloomberg Línea — A consultoria imobiliária Binswanger Brazil decidiu ampliar sua atuação com a criação da Landsight, uma companhia voltada à inteligência estratégica no setor, em um movimento em busca de novas fontes de receita no país.

Segundo Nilton Molina Neto, sócio-diretor da Binswanger Brazil, a nova empresa atuará em projetos especiais, realizando estudos para identificar a melhor vocação e estratégia de uso de terrenos e empreendimentos.

“Com a Landsight, completamos o quadro de serviços imobiliários oferecidos no grupo”, afirmou o executivo, em entrevista exclusiva à Bloomberg Línea.

Atualmente as soluções do grupo abrangem transações, avaliação, regularização, administração de propriedades e gestão de ativos. A consultoria já contava com uma área de inteligência dentro de casa, mas decidiu separar a operação em um núcleo próprio, para direcionar o foco e acelerar seu crescimento.

“Os clientes preferem contratar uma única empresa para conduzir o projeto do início ao fim, já que, quando há várias envolvidas — estudos, projetos, gerenciamento — surgem sobreposições e indefinições sobre até onde vai a responsabilidade de cada uma. Com todas essas etapas dentro do Grupo Binswanger, o trabalho se torna mais fluido e integrado", disse o empresário.

A expectativa é que a Landsight funcione como porta de entrada de novos negócios, e seja um motor de crescimento de faturamento no médio prazo.

“O grupo vem crescendo entre 30% e 50% nos últimos três anos e quanto mais avançamos, mais difícil é manter esse ritmo – a não ser que se crie novos negócios. A chegada da Landsight nos permite manter o volume de crescimento do grupo, mesmo que partindo de uma base maior", afirmou Molina Neto.

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Dentro da holding, a nova empresa terá gestão e marca próprias, mas compartilhará dados, clientes e sinergias operacionais com as demais frentes do grupo.

A Binswanger já contava com outros negócios sob seu guarda-chuva, como a Taba Leilões, a Mongeral Aegon Investimentos (MAG) e a startup de inteligência artificial Kognita.

Fundada na Filadélfia em 1931, a Binswanger chegou ao Brasil em 1997, e seu maior passo no modelo full service dentro da marca principal foi a aquisição há dois anos da SDS Properties, que fortaleceu o negócio na frente de locação.

A nova empresa absorverá a equipe e os contratos da antiga área de inteligência da Binswanger e conta com a chegada do novo sócio-diretor, Rafael Sampaio.

“Unimos a expertise em dados com uma abordagem de comportamento e posicionamento. A Landsight nasce como uma empresa de inteligência capaz de unir essas frentes para desenvolver soluções sob medida para desafios mais complexos”, afirmou Sampaio na mesma entrevista.

Com uma diretoria dedicada, a meta é dobrar, em 2026, o volume de estudos realizados este ano.

A companhia tem sido demandada principalmente para estudos de mudança de uso de áreas industriais, especialmente em regiões urbanas onde o metro quadrado já não condiz com a vocação original.

“Há muitos ativos industriais localizados em áreas que se transformaram, e o valor do terreno passou a ser incompatível com a operação. Nosso papel é indicar qual o melhor caminho de reposicionamento”, avaliou Molina Neto.

Entre os projetos especiais no pipeline, os sócios destacam dois estudos de vocação. Um para uma área de 600.000 m² no Centro-Oeste, pertencente a uma instituição financeira, e outro para um raro terreno frente-mar de 50.000 m² no litoral paulista.

Existem também estudos para empreendimentos já prontos. “Nosso último projeto fechado, por exemplo, é referente a um condomínio de segunda residência no interior de São Paulo. A ideia é estruturar a evolução do condomínio, para garantir a valorização do patrimônio dos moradores”, afirmou Sampaio.

O mercado corporativo também está na mira da Landsight, que vê boas oportunidades de retrofit, especialmente nas regiões centrais das capitais brasileiras.

“No mundo inteiro há exemplos de áreas que se reinventam. Em São Paulo, o processo é mais lento, mas já visível, com novas operações do governo e incentivos para retrofit em regiões centrais”, disse Molina Neto.

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