Bloomberg Línea — Os executivos do Banco do Brasil (BBAS3) definem o resultado do primeiro trimestre de 2025 como um “balanço de transição”.
O lucro líquido caiu 20,7% em 12 meses, para R$ 7,37 bilhões, impactado pelas alterações da resolução CMN 4.966, que alinha práticas contábeis ao padrão internacional, aliadas a uma alta na inadimplência do agronegócio.
Além do lucro líquido, que ficou aquém das estimativas, o BB também registrou efeitos na rentabilidade. O retorno sobre o patrimônio líquido (ROE) do banco ficou em 16,7% – abaixo do patamar de 20% pela primeira vez em 11 trimestres.
A projeção do CFO do BB, Geovanne Tobias, é que o banco pode continuar próximo do patamar dos 17% no próximo trimestre, enquanto ainda não há visibilidade sobre o desempenho da inadimplência do agronegócio. Porém, “já mirando o patamar dos 20%” no longo prazo.
“Quando essas operações [afetadas] forem regularizadas, além de economizarmos em provisões, teremos essas receitas voltando a recompor a carteira. Então, será natural que voltemos com mais pujança”, afirmou em conversa com jornalistas sobre o resultado nesta sexta-feira (16).
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Segundo Tobias, o patamar atual de ROE é passageiro e não significa um retrocesso na rentabilidade do banco.
“Não vemos um Banco do Brasil, dada a sua estrutura de negócios, a voltar para um ROE de 12%, 13% que foi lá no passado. O BB hoje é completamente diferente”, firmou.
Em relação aos dividendos, o CFO reiterou que o BB deve manter o patamar de distribuição de lucros entre 40% e 45% do lucro líquido em 2025.
“Não existe nenhum fator nesse momento que nos motive a repensar e propor algo diferente para o conselho”, disse o executivo.
O banco estatal teve queda anual de 20% no lucro líquido, que somou R$ 7,37 bilhões no primeiro trimestre de 2025. Após o balanço, as ações do Banco do Brasil afundam 12,45% na bolsa.
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