Adidas cresce com ‘febre da corrida’ e modelos retrô e acirra disputa com Nike

Demanda por modelos Adizero para corredores e chuteiras cresceu cerca de dois dígitos e deu impulso ao resultado, que foi afetado negativamente pelo câmbio e pela fraqueza nos EUA

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Bloomberg — Os tênis de corrida e de futebol da Adidas ajudaram a impulsionar o crescimento no terceiro trimestre, à medida que a marca alemã busca aproveitar o impulso de seu sucesso com tênis retrô como o Samba.

Os produtos de corrida e futebol cresceram em uma porcentagem “forte de dois dígitos”, disse a empresa na quarta-feira (29), ao divulgar os resultados.

O segmento de corrida cresceu mais de 30% devido à forte aceitação dos modelos Adizero, incluindo o Evo SL, que se tornou um best-seller.

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O diretor executivo (CEO) Bjoern Gulden tem buscado manter a recuperação da Adidas, que começou há dois anos com o rebranding do clássico tênis Samba.

A marca tenta gerar produtos esportivos e de vestuário mais populares e diminuir a distância em relação à rival e líder do setor, a Nike.

As ações subiram até 1,1% no início do pregão alemão. As ações caíram cerca de 16% nos últimos 12 meses, enquanto a rival Puma caiu pela metade e a Nike caiu 14%.

A Adidas impressionou os investidores com sua lucratividade no terceiro trimestre, mas decepcionou com a trajetória de crescimento de sua receita.

A empresa vem enfrentando os efeitos negativos de um euro mais forte e de um dólar americano mais fraco, entre outras oscilações cambiais, e está procurando minimizar os efeitos das tarifas generalizadas do presidente dos EUA, Donald Trump.

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O euro mais forte levou a um impacto negativo de mais de 300 milhões de euros (349 milhões de dólares) nas vendas do terceiro trimestre, disse a Adidas.

A única região onde a Adidas não conseguiu registrar um crescimento de receita de dois dígitos foi a América do Norte, onde as vendas em moeda neutra aumentaram 8% no trimestre. A Grande China cresceu 10% e a Europa 12%, disse a Adidas.

Tênis de corrida

A Adidas tenta recuperar o atraso no boom dos tênis de corrida, tendo perdido o aumento inicial da demanda dos consumidores por tênis confortáveis que marcas como On Holding e Hoka capitalizaram.

Embora a Adidas tenha mantido sua relevância nas fileiras profissionais, com os melhores corredores vencendo as principais maratonas com tênis de três listras, a marca agora procura conquistar uma fatia maior do mercado muito maior para as massas que correm e caminham.

No lado do futebol, a Adidas citou a forte demanda por produtos relacionados à sua nova parceria com o Liverpool FC, juntamente com versões atualizadas de suas chuteiras F50 e Predator.

Os produtos de estilo de vida da Adidas registraram um crescimento de 10% nas vendas, apoiados pela contínua “demanda saudável” por tênis retrô como o Samba e o Gazelle, que receberam atualizações em cores e materiais.

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