Bloomberg — Investidores que seguiram os conselhos do presidente americano, Donald Trump, nas redes sociais no último mês desfrutaram de uma das maiores altas do S&P 500 sob sua liderança.
Após a queda com o anúncio das tarifas do “dia da libertação” de Trump, o índice de referência subiu 14% no mês após ele dizer que era “um ótimo momento para comprar” em 9 de abril — horas antes de suspender algumas das tarifas mais severas em um século. Ele reiterou isso em 8 de maio, dizendo a repórteres que a perspectiva econômica justificava investir em ações.
É o maior avanço do S&P 500 em ambos os mandatos presidenciais de Trump, em uma base contínua de 21 dias — o número de dias de negociação entre os dois comentários — de acordo com dados compilados pela Bloomberg. Os números excluem as recuperações do tempo da pandemia de Covid-19.
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“Está claro que o efeito Trump está de volta”, disse Arun Sai, estrategista sênior de multiativos na Pictet Asset Management. “Mas não daríamos muita importância a isso. Sim, é peculiar na forma como ele está fazendo, mas, em última análise, este é o mercado precificando como uma espécie de barreira da Casa Branca.”
Dias após a segunda recomendação de Trump para comprar ações, Washington e Pequim disseram na segunda-feira (12) que reduziriam temporariamente as tarifas sobre os produtos de ambas as partes, desencadeando um rali nas bolsas.
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Embora seja incomum que líderes mundiais emitam conselhos financeiros em plataformas de mídia social, o primeiro mandato de Trump também foi caracterizado por tuítes incessantes e ameaças de impor tarifas e sanções a importantes parceiros comerciais. Seus posts se tornaram leitura obrigatória para investidores em todo o mundo.
Desta vez, o presidente passou a instruir os mercados pouco antes de importantes reversões de política.
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O S&P 500 despencou 12% nos quatro dias até 8 de abril, devido a temores de uma guerra comercial global. Trump — que havia amplamente vinculado sua sorte política ao desempenho das ações em seu primeiro mandato — insistiu repetidamente que suas políticas não seriam influenciadas por movimentos do mercado. No entanto, em 9 de abril, ele anunciou um adiamento de 90 dias nas tarifas mais severas para a maioria dos países.
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