Bloomberg — As ações da Stone tiveram a maior queda em mais de três anos depois que a empresa afirmou que seu crescimento irá desacelerar devido ao desaquecimento da economia brasileira.
As ações caíram até 14% em Nova York, a maior queda intradiária desde agosto de 2022, depois que executivos disseram em uma teleconferência com analistas que o crescimento do volume de pagamentos diminuirá conforme as pequenas empresas enfrentam dificuldades com a desaceleração econômica.
“Quando olhamos para o futuro em termos de crescimento de volume, continuamos a observar uma desaceleração gradual, e isso é principalmente um reflexo da dinâmica do setor”, afirmou a diretora de estratégia e marketing, Lia Matos.
Ela disse durante a teleconferência que um ambiente econômico mais fraco no Brasil terá um impacto maior sobre os pequenos comerciantes.
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Uma das maiores empresas de pagamentos do Brasil, a Stone viu o crescimento perder fôlego no último ano com a desaceleração dos gastos com cartão.
O volume processado pela empresa entre pequenos e médios comerciantes cresceu 11% no trimestre na comparação anual, contra um crescimento de 20% no ano anterior.
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“Embora a Stone continue a superar a PagSeguro, a empresa não tem ganhado participação de mercado em termos de volume, e o crescimento geral do setor tem reduzido em meio a níveis de penetração de cartões já elevados”, escreveu o analista do BTG Pactual Eduardo Rosman em uma nota a clientes.
Durante a teleconferência, Matos afirmou que a participação de mercado da Stone no setor de cartões no Brasil provavelmente se manteve estável no trimestre. Os números gerais do setor para o período, compilados pela Abecs, ainda serão divulgados.
A Stone divulgou lucro líquido ajustado do terceiro trimestre de R$ 641 milhões, abaixo das estimativas dos analistas, segundo dados compilados pela Bloomberg. A receita ficou aquém das projeções.
“No geral, um trimestre fraco em termos de receita – o que esperamos ver em todo o setor – mas a Stone conseguiu controlar os custos”, afirmou o analista do JPMorgan Yuri Fernandes em uma nota.
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