Bloomberg — O apetite a risco de Wall Street voltou a se intensificar com os resultados considerados robustos do setor de tecnologia, que derrubaram - ou ao menos interromperam - a narrativa de “venda ativos dos Estados Unidos” que abalou os mercados globais no mês passado, sob o efeito do choque tarifário de Donald Trump.
O S&P 500 subiu - ganho de 0,63% - pelo oitavo dia consecutivo, sua mais longa sequência desde agosto passado.
O Nasdaq 100 terminou em alta de 1,10%.
As ações de Microsoft (MSFT) e a Meta Platforms (META) saltaram 7,63% e 4,23%, respectivamente, com resultados considerados otimistas divulgados na véspera, impulsionando ambos os índices de ações.
Leia mais: Xbox mais caro: Microsoft aumenta preços de jogos e cita custos de desenvolvimento
Notícias sobre os EUA estarem supostamente avaliando uma possível flexibilização das restrições sobre as vendas de chips da Nvidia (NVDA) para os Emirados Árabes Unidos impulsionaram também a alta das ações.
Os rendimentos do Tesouro subiram, com a taxa de 10 anos em torno de 4,21%, depois que os investidores reduziram ligeiramente suas apostas em cortes nas taxas de juros dos EUA este ano, após os dados de atividade das fábricas.
Um índice do dólar subiu com relatos de que o governo de Donald Trump entrou em contato com a China para iniciar negociações sobre tarifas.
Os resultados do setor de tecnologia estão, em grande parte, impulsionando o otimismo nos mercados, juntamente com as expectativas de que os acordos comerciais ofereçam a muitos países um alívio das tarifas mais altas reveladas pela primeira vez em 2 de abril.
Após o fechamento dos mercados, os números da Apple (AAPL) estarão em foco para obter detalhes sobre como a empresa enxerga o impacto das tarifas.
A Amazon (AMZN), por sua vez, apresentou uma previsão de lucro operacional que não correspondeu às estimativas após o fechamento do pregão, fazendo com que as ações caíssem nas negociações do after market.
Depois de analisar uma série de resultados na quinta-feira, os investidores voltarão sua atenção para o relatório de empregos dos EUA, que será divulgado nesta sexta-feira (2), sendo o último dado significativo desta semana.
Leia mais: Adeus, Big Mac: McDonald’s tem maior queda nas vendas desde a pandemia
“Até agora, estamos vendo as grandes empresas de tecnologia apresentarem lucros, o que é tranquilizador”, disse Georgios Leontaris, diretor de investimentos para a região EMEA do HSBC Global Private Banking.
“O outro elemento da história além dos lucros é, obviamente, o debate contínuo sobre se já vimos o pico do ruído tarifário ou não.”
Entre as empresas que divulgaram seus balanços trimestrais mais cedo, a General Motors se juntou a outros pares e cortou suas perspectivas de lucro para o ano inteiro, citando a exposição às tarifas de automóveis, em um dos maiores golpes financeiros revelados por qualquer empresa até agora.
As ações da McDonald’s caíram depois que as vendas da famosa cadeia de hambúrgueres no primeiro trimestre não atingiram as estimativas.
Mais cedo, dados semanais mostraram que os pedidos de auxílio-desemprego saltaram para o nível mais alto desde fevereiro. A atividade manufatureira dos EUA sofreu a maior retração desde novembro.
A maioria dos mercados na Europa e muitos na Ásia estão fechados para feriados.
O iene caiu acentuadamente em relação ao dólar, depois que o Banco do Japão disse que levará mais tempo do que se pensava anteriormente para atingir a meta de inflação.
Entre as commodities, o ouro caiu para o nível mais baixo em duas semanas, devido a sinais de um possível progresso nas negociações comerciais entre os EUA e outros países, o que diminui a demanda por ativos considerados mais seguros.
Os futuros do petróleo dos EUA quebraram uma sequência de três dias de perdas, com a recuperação das ações e com o presidente Donald Trump ameaçando sanções mais amplas contra os compradores de petróleo bruto iraniano.
Os EUA e a Ucrânia chegaram a um acordo sobre o acesso aos recursos naturais do país, em uma medida de segurança às autoridades de Kiev, que temiam que Trump retirasse seu apoio às negociações de paz com a Rússia.
- Este artigo foi produzido com a ajuda da Bloomberg Automation.
-- Com a colaboração de Richard Henderson, Margaryta Kirakosian, John Viljoen e Cecile Gutscher.
Veja mais em bloomberg.com
©2025 Bloomberg L.P.