Bloomberg — O movimentado mercado indiano de novas listagens de ações entra em um período crucial, com a expectativa de que os recursos movimentados em ofertas públicas iniciais em outubro ultrapassem o recorde de US$ 5 bilhões.
Dois IPOs de mais de US$ 1 bilhão cada um, incluindo a maior oferta do ano, começarão a receber pedidos de investidores na próxima semana.
As ofertas da Tata Capital e do braço indiano da LG Electronics devem testar o apetite dos investidores em um dos mercados de IPOs mais movimentados do mundo em 2025, que teve o ritmo das vendas de ações acelerado apesar dos choques tarifários globais e das tensões geopolíticas.
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A corrida por IPOs na Índia tem sido impulsionada por empresas que buscam fundos para expandir suas operações na economia de crescimento mais rápido do mundo.
A demanda foi alimentada por um forte pool de capital doméstico, bem como por milhões de investidores de varejo incentivados por uma recuperação sem precedentes de nove anos no índice de ações de referência do país.
A situação contrasta com a do Brasil, que atravessa uma “seca” sem precedentes de quatro anos sem um IPO, diante de um quadro com juros elevados - na casa de dois dígitos - e incertezas fiscais persistentes, que minam a confiança de investidores e os levam para alocação em renda fixa e outras categorias de ativos.
“Agora há uma ampla capacidade para absorver a oferta”, disse Raghuram K, sócio da Uniqus Consultech, uma empresa de consultoria que prepara empresas para IPOs. Ele apontou para a crescente influência de instituições nacionais, como fundos mútuos e seguradoras, no mercado indiano.
Os fundos mútuos estão repletos de dinheiro que flui por meio de planos de investimento mensais criados por investidores de varejo, o que lhes dá confiança para continuar empregando capital, acrescentou.
Interesse também estrangeiro
Para os investidores, a oferta inicial de US$ 1,7 bilhão da Tata Capital é uma chance de possuir ações da unidade de serviços financeiros de um dos maiores e mais renomados conglomerados da Índia - o Tata Group.
Está programada para ser o maior IPO desde a oferta recorde de US$ 3,3 bilhões da Hyundai Motor India no ano passado.
O IPO atraiu fundos administrados por Morgan Stanley, Goldman Sachs, White Oak Capital Partners, Marshall Wace e fundos mútuos locais como investidores-âncora, de acordo com um registro da bolsa.
A Bloomberg News informou anteriormente os detalhes.
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A LG Electronics India, por sua vez, oferece a investidores exposição ao tema do consumo em expansão na nação mais populosa do mundo.
Empresas têm conseguido captar recursos mesmo com o mercado acionário indiano de US$ 5,1 trilhões tendo perdido força em 2025, pressionado por preocupações com a desaceleração do crescimento dos lucros e com as tensões entre os EUA e a Índia.
O índice de referência NSE Nifty 50 subiu apenas 5% no acumulado deste ano - um desempenho acentuado e raro em comparação com um indicador mais amplo de ações asiáticas que subiu cerca de 23%.
Com US$ 11,2 bilhões em 2025 ao fim do terceiro trimestre, a Índia foi classificada como o quarto mercado de IPO mais movimentado do mundo neste ano, com base no volume de captação de recursos, de acordo com dados compilados pela Bloomberg. Isso se soma ao recorde do ano passado de US$ 21 bilhões.
JPMorgan Chase, JM Financial e Kotak Mahindra Capital estão entre os que previram a continuidade do boom, com as mudanças regulatórias também contribuindo para o otimismo.
No mês passado, o órgão regulador do mercado de valores mobiliários da Índia ajustou as normas para facilitar a abertura de capital de empresas privadas de grande porte, enquanto o banco central, na semana passada, flexibilizou as regras sobre empréstimos a investidores que participam de IPOs.
A resposta dos investidores às ofertas da Tata Capital e da LG ajudará a definir o tom de uma série de outras transações neste mês.
A Tata aceitará pedidos do público em geral de 6 a 8 de outubro, e as negociações terão início em 13 de outubro.
O IPO da LG Electronics India será aberto para subscrições públicas a partir de 7 de outubro e encerrado em 9 de outubro, com ações a serem listadas em 14 de outubro.
Para as duas empresas, o histórico não está do lado delas no que diz respeito ao desempenho de estreia, uma vez que as grandes empresas indianas listadas no passado mostraram uma tendência a decepcionar os investidores no dia de sua listagem.
As ações da Hyundai Motor caíram mais de 7% em seu primeiro dia de negociação em outubro passado.
“Tata e LG são grandes marcas e devem atrair o interesse dos investidores”, a menos que haja um evento global negativo nos próximos dias, disse Varsha Valecha, vice-presidente sênior de investimentos da empresa de gestão de portfólio Chanakya Capital em Mumbai.
-- Com informações da Bloomberg Línea.
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