Por que o estrategista do UBS rebaixou a recomendação para ações de big techs

Analistas do banco suíço rebaixaram os papéis de Alphabet, Apple, Amazon, Meta Platforms, Microsoft e Nvidia antes da divulgação de resultados trimestrais

UBS. 'A dinâmica dos resultados está se tornando decididamente negativa', dizem analistas
Por Joel Leon
22 de Abril, 2024 | 04:52 PM

Bloomberg — As grandes empresas de tecnologia estão perdendo força à medida que os lucros no setor enfrentam uma desaceleração, de acordo com o estrategista-chefe de ações dos EUA do UBS.

Antecipando os resultados trimestrais que serão divulgados nesta semana, o UBS cortou sua recomendação de setor para as “Big 6″ ações de tecnologia - Alphabet (GOOGL), Apple (AAPL), Amazon (AMZN), Meta Platforms, controladora do Facebook (META), Microsoft (MSFT) e Nvidia (NVDA) - de exposição acima do índice de referência (overweight) para neutra.

“A dinâmica dos resultados está se tornando decididamente negativa após um aumento no crescimento dos lucros”, disse Jonathan Golub, do UBS.

O rebaixamento do setor é “um reconhecimento das forças cíclicas pesando sobre essas ações”, e não “baseado em valuations esticados, ou dúvidas sobre inteligência artificial”, escreveu o estrategista em um relatório datado desta segunda-feira (22).

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A onda vendedora de ações de tecnologia na semana passada levou o índice Nasdaq 100 a registrar sua maior queda semanal em mais de 17 meses. Foi a quarta semana consecutiva de perdas para o índice – a sequência mais longa desde dezembro de 2022. Na sexta-feira, a Nvidia despencou 10%, apagando US$ 212 bilhões em valor de mercado.

Leia também: Wall Street se divide sobre as perspectivas de lucros de empresas em 2024

A queda teve uma pausa na segunda-feira. O índice Nasdaq 100 subia e a Nvidia estava entre as maiores altas do dia.

Embora os investidores tenham atribuído o rali recente das ações de tecnologia ao impacto da inteligência artificial, o UBS disse que os resultados foram impulsionados por “ciclos de lucros assíncronos” estimulados pela pandemia.

As ações de tecnologia fora desse grupo não participaram do boom relacionado à pandemia, mas agora as previsões de consenso mostram aceleração dos lucros dessas ações.

O crescimento dos lucros por ação das seis principais ações de tecnologia deve desacelerar para 42% no primeiro trimestre, ante um salto de 68% no quarto trimestre, segundo o UBS. O ritmo do resto do setor deve ultrapassar o das seis maiores até o final do ano.

“Com exceção das Big 6, todas as outras recomendações do setor foram mantidas”, disse Golub.

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Os investidores ainda estão cautelosos em relação ao setor de tecnologia, reduzindo a posição em ações de grande empresas, de acordo com analistas do Deutsche Bank. Eles estarão de olho no balanço trimestral da Meta, que será divulgado na quarta-feira, seguido dos resultados da Microsoft e da Alphabet (controladora do Google) na quinta-feira.

Embora uma virada para outros setores possa ser disruptiva no curto prazo, o UBS continua otimista em relação às ações e mantém uma meta de 5.400 pontos para o índice S&P 500 no final do ano, observando que ele continua apoiado por uma combinação de fundamentos amplamente positivos e uma economia robusta.

"Com exceção das Big 6, todas as outras recomendações setoriais permanecem válidas," disse Golub.

-- Com a colaboração de James Berland.

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