Petróleo tem menor cotação em quatro meses diante de temor de sobreoferta

Preços do barril do tipo Brent e do WTI recuam dentro da faixa de US$ 70 dois dias depois do anúncio da Opep+ de que começará a normalizar a produção a partir de outubro

O preços do petróleo ampliou as quedas neste começo de junho de 2024, atingindo o menor preço desde fevereiro
Por Julia Fanzeres - Jordan Fitzgerald
04 de Junho, 2024 | 12:47 PM

Bloomberg — O preço do petróleo ampliou sua queda para o menor patamar desde fevereiro, depois que o novo plano da Opep+ de afrouxar suas restrições de produção ainda neste ano aprofundou o sentimento de baixa do mercado.

Os cortes na produção estão programados para começar a se desfazer já em outubro, adicionando barris a um mercado assolado por preocupações persistentes sobre a demanda e o fornecimento robusto de países produtores que não fazem parte do grupo.

Leia mais: Opep+ estende cortes na produção até 2025, mas prevê volta gradual ainda neste ano

A percepção de que os riscos geopolíticos para o fornecimento de petróleo bruto estão diminuindo também contribuiu para as quedas nas últimas semanas.

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O barril do West Texas Intermediate (WTI) recuava 1,6% nesta terça-feira (4), sendo negociado em torno de US$ 73. Na base intradiária, o preço caiu mais cedo para o nível mais baixo desde 6 de fevereiro.

Preço futuro do barril de petróleo do tipo Brent cai também ao menor nível desde fevereiro de 2024

Alguns observadores do mercado esperavam que a Opep+, que reúne os principais exportadores e a Rússia, estendesse os cortes sem alterações até o final do ano.

A reação ao acordo anunciado no domingo (2) foi mista, incluindo dúvidas sobre se o grupo será capaz de aumentar a produção diante da elevação da oferta rival - em particular os Estados Unidos. Os principais membros da aliança também bombearam acima de suas cotas designadas recentemente.

Mesmo assim, a intenção de produzir mais terá um efeito psicológico sobre os mercados, escreveram os analistas da EnergyScan, da Engie, em uma nota. Os Emirados Árabes Unidos, por exemplo, receberam um aumento de 300 mil barris por dia em sua meta de produção para o próximo ano.

Leia mais: Divergência em cortes, datas e critérios: Opep+ confunde mercado e valoriza petróleo

"A consequência é a redução dos preços do petróleo em um contexto de excesso de oferta", disseram eles.

Os traders também estão monitorando a possibilidade de uma recuperação dos preços, já que a recente onda de venda empurrou os preços para o território de sobrevenda. Foi a primeira vez que o Brent ultrapassou o limite em seu índice de força relativa de 14 dias desde maio de 2023.

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