Opep+ mantém cortes de produção e petróleo chega perto de US$ 90

Decisão significa que a restrição de produção de cerca de 2 milhões de barris por dia permanecerá em vigor até o final de junho

Logo de la OPEP de su sede en Viena
Por Grant Smith - Salma El Wardany - Fiona MacDonald - Nayla Razzouk
03 de Abril, 2024 | 10:14 AM

Bloomberg — A Opep+ decidiu manter seus cortes de produção de petróleo durante o primeiro semestre, mesmo diante de um mercado apertado e alta de preços.

O grupo liderado pela Arábia Saudita descartou mudanças de política em sua reunião de revisão nesta quarta-feira (3), segundo representantes que pediram para não ser identificados.

Isso significa que cerca de 2 milhões de barris por dia de restrições à produção permanecerão em vigor até o final de junho.

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Os cortes por parte da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus parceiros, junto com uma demanda por combustíveis resiliente, ajudaram a puxar a cotação do barril de Brent para US$ 89,87 em Londres nesta quarta, o nível mais elevado desde outubro. O conflito no Oriente Médio também impulsiona os preços.

Ao manter as restrições em vigor, a Opep+ parece disposta a asserguar que o mercado global de petróleo permaneçará em um ligeiro déficit durante o segundo trimestre, segundo a Agência Internacional de Energia em Paris.

O déficit poderá fazer com que a cotação do petróleo atinja US$ 100 o barril, alertou o JPMorgan (JPM). Isso pode complicar o trabalho dos grandes bancos centrais que pretendem flexibilizar a política monetária.

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A Opep+, composta de 22 países, irá se reunir em sua sede em Viena no início de junho para decidir se continuará os cortes de oferta no segundo semestre.

Enquanto alguns bancos como JPMorgan e Standard Chartered acreditam que o cartel pode restaurar parte de sua produção na segunda metade do ano, outros estão menos confiantes.

A AIE estima que, se a Opep+ aliviar os cortes, o mercado mundial de petróleo voltará a registar excedentes.

O ministro da Energia saudita, o príncipe Abdulaziz bin Salman, tem frequentemente pedido aos membros do grupo que permaneçam cautelosos na reativação de fornecimentos interrompidos.

Mas os Emirados Árabes Unidos parecem ansiosos por usar a capacidade de produção recentemente instalada e já entraram em confronto com a Arábia Saudita no passado.

Nesta semana, Abu Dhabi apontou os limites impostos pela Opep+ como o motivo pelo qual teve que reduzir projeções de crescimento econômico.

A Rapidan Energy, consultoria fundada pelo ex-conselheiro da Casa Branca Bob McNally, disse que a reunião do grupo em junho promete ser “animada”.

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