Novos negócios de tecnologia alimentam otimismo e renovam a alta de ações globais

Japonesa Hitachi se uniu à OpenAI em acordo de energia e infraestrutura relacionada a inteligência artificial, enquanto a Fujitsu expandiu sua colaboração com a Nvidia impulsionando avanços nas bolsas

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Bloomberg — Uma nova rodada de parcerias de tecnologia com foco em inteligência artificial alimentou mais otimismo nos mercados internacionais e levou a uma nova alta das ações globais.

Um indicador de ações asiáticas de tecnologia liderou a alta com um novo recorde, já que a Hitachi, do Japão, se uniu à OpenAI em energia e infraestrutura relacionada, enquanto a Fujitsu expandiu sua colaboração com a Nvidia.

Os futuros de ações dos EUA também avançaram, colocando o S&P 500 no caminho para um sexto ganho consecutivo e sua mais longa sequência de vitórias desde julho.

O Stoxx 600 da Europa ampliou seu recorde de alta, liderado por ações de mineradoras, com o cobre caminhando para seu maior avanço semanal desde abril.

Investidores apostam que os bilhões que estão sendo despejados no setor de IA se traduzirão em lucros e ampliarão os ganhos das ações de tecnologia.

A recuperação ressaltou como o impulso de alta no setor está ofuscando as preocupações com o plano do governo Trump de cortar “milhares” de empregos federais em meio ao segundo dia de paralisação do governo.

“Os mercados continuam tão otimistas quanto nos últimos dias”, disse Wolf von Rotberg, estrategista de ações do J. Safra Sarasin. “A tecnologia continua a avançar, impulsionada pela euforia da IA, enquanto outros setores têm se recuperado ultimamente.”

O iene se enfraqueceu em relação ao dólar depois que o governador do Banco do Japão, Kazuo Ueda, manteve suas opções de política em aberto, reiterando a posição de longa data do banco sobre as taxas de juros. Ueda evitou enviar quaisquer sinais claros sobre as perspectivas de um aumento das taxas quando a diretoria se reunir no final deste mês.

As especulações do mercado sobre um aumento iminente das taxas ganharam força nas últimas semanas. Dois membros do conselho discordaram da decisão de manter as configurações estáveis no mês passado, e um membro considerado dovish citou a necessidade maior de mudança de política em um discurso no início desta semana.

O ouro caminha para um sétimo avanço semanal, enquanto o petróleo segue para sua maior queda semanal desde o final de junho, antes de uma reunião da OPEP+ que deve resultar no retorno de mais barris ociosos.

Um indicador Bloomberg do dólar manteve seus ganhos da sessão anterior, enquanto os títulos do Tesouro caíram, com o rendimento de 10 anos ganhando um ponto-base para 4,10%.

Nas negociações internacionais, o secretário do Tesouro, Scott Bessent, previu um “avanço bastante grande” na próxima rodada de conversas comerciais com a China. Os comentários foram feitos no momento em que o governo Trump toma medidas para apoiar os agricultores dos EUA, prejudicados por uma queda nas compras chinesas.

Veja a seguir outros destaques desta manhã de sexta-feira (3 de outubro):

- Acordo entre Brasil e China. O BNDES e o Banco de Exportação e Importação da China concordaram em criar um fundo de US$ 1 bilhão que investirá a partir de 2026 em setores como transição energética, infraestrutura, mineração, agricultura e inteligência artificial.

- Novo Boeing adiado. A aeronave 777X da Boeing está programada para voar comercialmente pela primeira vez no início de 2027, em vez de no próximo ano, disseram à Bloomberg News pessoas familiarizadas com o assunto. Seria um novo revés para a fabricante de aviões dos EUA que enfrenta desafios financeiros.

- Avanço em data centers. A Global Infrastructure Partners está em negociações para adquirir a Aligned Data Centers, apoiada pela Macquarie, de olho em um dos principais beneficiários do boom de gastos com IA. Esse seria um dos maiores negócios do ano, avaliado em cerca de US$ 40 bilhões.

🔘 As bolsas ontem (02/10): Dow Jones Industrials (+0,17%), S&P 500 (+0,06%), Nasdaq Composite (+0,39%), Stoxx 600 (+0,53%), Ibovespa (-1,08%)

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-- Com informações da Bloomberg News.

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