Bloomberg — A queda do minério de ferro se aprofundou em meio a dúvidas sobre a determinação da China de implementar medidas que beneficiem a demanda por aço e um apelo da associação do setor siderúrgico por restrições às negociações de mercado.
Os futuros em Singapura chegaram a cair 4,3%, para US$ 99,40 a tonelada – a primeira vez abaixo do piso de US$ 100 desde o início de junho.
A Associação Chinesa do Ferro e Aço, que reúne as principais siderúrgicas do país, pediu às autoridades que cancelassem as negociações noturnas dos futuros de minério e aço para diminuir a volatilidade dos preços. Na China, os contratos de minério são negociados na bolsa de Dalian, e os de aço em Xangai.
Além disso, as autoridades chinesas intensificaram a repressão a algumas transações de commodities que consideram oferecer pouco benefício econômico, de acordo com operadores e autoridades com conhecimento das investigações.
O minério, que vem sobretudo das vastas minas no Brasil e na Austrália, já estava pressionado pelas preocupações com a demanda chinesa, que coincidem com sinais de oferta robusta de mineradoras como a Vale (VALE3) e Rio Tinto.
Esta semana, o aumento da aversão ao risco depois do corte da nota de crédito dos Estados Unidos azedou ainda mais os ânimos nos mercados de commodities.
“A queda era esperada, com a maioria das commodities caindo”, disse Wei Ying, analista da China Industrial Futures. “A demanda mais fraca acabará por exercer pressão sobre os preços”, disse ela.
Embora Pequim tenha repetidamente dado sinais de que o governo está disposto a agir para impulsionar a recuperação vacilante da economia — inclusive o setor imobiliário, que é chave para a demanda por aço — as medidas até agora não tiveram grande impacto.
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