Minério de ferro recua com dúvidas sobre demanda da construção na China

Após anos de crescimento vertiginoso, a indústria siderúrgica chinesa antecipa no longo prazo uma estagnação seguida de contração

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Bloomberg — Os futuros de minério de ferro foram negociados em forte queda nesta quinta-feira (21) em meio a dúvidas sobre a demanda de longo prazo na China.

A matéria-prima siderúrgica afundou até 4,6% em Singapura, para US$ 116,25 a tonelada. Um dos principais motores da demanda chinesa por aço é a construção, e a incerteza sobre novos projetos ainda persiste.

“A demanda fraca por minério do setor de construção alimentou o clima pessimista dos investidores ao longo do ano”, escreveu a Galaxy Futures. “Embora medidas de apoio tenham sido introduzidas, o consumo geral de aço ainda não apresentou tendência de aumento e novos projetos também levam tempo para serem lançados.”

O governo chinês e as principais cidades têm tomado medidas para tentar estimular o setor imobiliário. Guangzhou, tradicionalmente chamada de Cantão, foi a última a facilitar os requisitos de financiamento para a compra de imóveis em algumas áreas.

Mas no longo prazo, a indústria siderúrgica chinesa antecipa uma estagnação seguida de contração, após anos de crescimento vertiginoso. A Rio Tinto disse esta semana que o consumo de aço da China está próximo do limite.

“O excesso de produção de aço persiste” e os ventos contrários para o minério de ferro na China incluem o aumento da demanda por sucata como matéria-prima alternativa e o declínio da população, disseram analistas do Citigroup.

“Não esperamos que o resto do mundo possa compensar essa redução da demanda por minério de ferro.”

Na bolsa chinesa de Dalian, o minério fechou em queda de 3,6%. As cotações da bobina de aço laminado a quente e do vergalhão também caíram em Xangai.

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