Ibovespa sobe no dia, mas encerra o trimestre com queda de 4,5%, descolado de NY

S&P 500 acumula ganhos de mais de 10% neste ano até março, o melhor desempenho desde 2019; dólar encerrou a R$ 5,02, com alta de 0,74% nesta sexta, além de valorização também no ano

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28 de Março, 2024 | 06:26 PM

Bloomberg Línea — O Ibovespa encerrou o pregão desta quinta-feira (28) em alta de 0,33%, aos 128.106,10 pontos. Com o feriado de Páscoa nesta sexta e o mercado fechado, o principal índice da bolsa brasileira acumulou queda de 4,53% no primeiro trimestre.

O dólar subiu 0,74% nesta quinta, negociado a R$ 5,02 no fechamento. No trimestre, teve também valorização, dado que havia encerrado o ano passado em R$ 4,85.

O movimento negativo da bolsa brasileira se deu na contramão de um trimestre muito positivo para os principais índices de ações em Nova York. O S&P 500 subiu 0,11% nesta quinta, aos 5.254 pontos e encerrou os três primeiros meses do ano com ganho de 10,16%, o melhor desempenho desde 2019.

O Nasdaq Composite caiu 0,12% nesta quinta, mas, ainda assim, teve valorização de 9,1% no trimestre. O Dow Jones subiu 5,6% no período, com a sua melhor performance desde 2021.

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Nesta quinta, o destaque foi a ação da Marfrig (MRFG3), com alta de 12,80% depois da divulgação dos resultados do quarto trimestre na noite de ontem (27) acima das expectativas do mercado - teve valorização de 6,29% neste ano até aqui. Os papéis da Casas Bahia (CBHIA3) subiram 7,96% hoje, mas acabaram com a maior queda do Ibovespa no trimestre, com queda de 40,42%.

Na ponta oposta do dia, em reação de investidores também aos resultados trimestrais, as ações da Azul (AZUL4) recuaram 7,96%, e a da CVC (CVCB3), 4,29%. No trimestre, ambas estiveram entre as maiores quedas do Ibovespa, com -18,55% e -17,14%, respectivamente, impactadas principalmente por incertezas ainda quando à retomada da demanda no setor de turismo.

Nos mercados globais e, em particular, nos EUA, o primeiro trimestre estelar para as ações terminou de forma positiva em meio a especulações de que o Federal Reserve será capaz de alcançar um pouso suave - soft landing - que continuará impulsionando a chamada América Corporativa.

Traders de Wall Street levaram o S&P 500 ao seu 22º recorde neste ano, a maior marca desde 1998, após novos dados mostrarem que a economia está em boa forma, compensando as últimas declarações de lideranças do Fed que reforçaram as apostas de que os oficiais não terão pressa em reduzir as taxas.

Um aumento de US$ 4 trilhões em valor de mercado nos EUA em apenas três meses assustou os pessimistas, enquanto deixava uma série de estrategistas em busca de atualizar seus alvos para 2024.

“Acreditamos que a visão do mercado sobre para onde os fundamentos econômicos estão indo, em vez da visão de um único economista ou estrategista, é o que impulsiona, em última instância, o preço das ações”, disse Lori Calvasina, da RBC Capital Markets.

- Com informações da Bloomberg News.