Ibovespa sobe e volta a encostar nos 130.000 pontos, com ganhos de Petrobras e bancos

Avanço das ações levou o Ibovespa ao maior patamar de fechamento desde 28 de fevereiro; investidores aguardam a divulgação de dados de inflação no Brasil e nos EUA na quarta

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09 de Abril, 2024 | 05:57 PM

Bloomberg Línea — As ações brasileiras tiveram o segundo dia consecutivo de ganhos, o que impulsionou o Ibovespa (IBOV) para o maior patamar de fechamento em mais de um mês. O principal índice brasileiro subiu 0,80%, aos 129.890 pontos, nesta terça-feira (9), o maior nível desde 28 de fevereiro. O dólar (USDBRL) caía 0,36% e era negociado a R$ 5,01 no fechamento.

O movimento de alta foi influenciado pelas ações da Petrobras (PETR3; PETR4), que subiram depois de um dia de volatilidade. Investidores aguardam mais sinais sobre a distribuição de dividendos extraordinários e sobre uma possível troca no comando da empresa. Os papéis da B3 (B3SA3) e dos bancos também subiram, ajudando no desempenho do índice -- Itaú Unibanco (ITUB4), Bradesco (BBDC4) e Banco do Brasil (BBAS3) avançaram.

Os ganhos foram impulsionados ainda por Vamos (VAMO3), Assaí (ASAI3), JBS (JBSS3), Cogna (COGN3) e BRF (BRFS3), que ficaram entre as maiores altas. Com o maior volume de negociação no dia, as ações da Hapvida (HAPV3) também tiveram ganhos.

Na outra ponta, as ações da Vale (VALE3) recuaram depois de analistas do Bank of America rebaixarem a recomendação da empresa de compra para neutra. As perdas ocorreram depois de uma valorização de mais de 5% na véspera, indicando um movimento de realização de lucros, apesar do avanço do preço do minério de ferro, que subiu nesta terça.

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Os futuros de minério em Singapura chegaram a subir 4%, para US$ 108,40 a tonelada, após alta de 6% na segunda. Foi o maior salto de dois dias desde dezembro de 2021, em meio a sinais de que as usinas siderúrgicas chinesas se preparam para um aumento na demanda por aço.

Os papéis da MRV (MRVE3) também recuaram com o rebaixamento da recomendação de compra para neutra por parte de analistas do JPMorgan. A construtora ficou entre as maiores quedas do dia, ao lado de CVC (CVCB3), CSN (CSNA3), Carrefour (CRFB3) e Totvs (TOTS3).

Em relatório nesta terça, analistas do Itaú BBA indicaram que a empresa pode ter resultados mais amenos do que o esperado no primeiro e no segundo trimestre por causa de adversidades que vêm pressionando os resultados.

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Em um dia de agenda mais esvaziada, o mercado aguarda a divulgação dos dados de inflação no Brasil (IPCA) e nos Estados Unidos (CPI) que saem amanhã (10). Os números podem ajudar a balizar as apostas sobre o rumo dos juros nos dois países.

Segundo analistas consultados pela Bloomberg News, a inflação deve ter desacelerado em março no Brasil com a dissipação da alta sazonal dos preços de educação.

O núcleo de serviços, no entanto, deve seguir pressionado num momento em que o indicador ganha ainda mais importância com a sinalização do Banco Central de que ficará mais dependente de dados para definir os próximos passos da política monetária.

O IPCA deve ter subido 0,25% no mês passado, de 0,83% em fevereiro, de acordo com a mediana das estimativas de economistas consultados pela Bloomberg.

Nos EUA, James Bullard, ex-presidente do Federal Reserve de St. Louis, disse esperar três cortes de juros este ano, diante de uma inflação que se aproxima da meta, enquanto a economia permanece robusta.

As afirmações contrastam com as expectativas crescentes do mercado de que o BC americano cortará menos do que as três reduções projetadas em seu chamado “gráfico de pontos”.

- Com informações da Bloomberg News.