Ibovespa segue NY e fecha em alta com maior expectativa de corte do Fed; Natura cai 9%

Dados de inflação ao produtor de julho nos EUA ficaram abaixo do esperado e reforçaram a visão de que o BC americano pode reduzir a taxa de juros

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13 de Agosto, 2024 | 06:18 PM

Bloomberg Línea — O Ibovespa (IBOV) fechou em alta de 0,98%, aos 132.398 pontos, nesta terça-feira (13), impulsionado pelo avanço dos mercados internacionais. A divulgação de dados de inflação ao produtor abaixo do esperado em julho nos Estados Unidos reforçou as expectativas de corte de juros pelo Federal Reserve, sustentando os ganhos das ações.

O dólar (USDBRL) caía -0,81% e operava a R$ 5,45 ao fim do pregão na B3.

Com o resultado, o Ibovespa reduziu as perdas no ano e fechou no maior patamar desde janeiro. Agora, o índice acumula baixa de cerca de 1,35% em 2024. Desde que atingiu a mínima, em junho, o Ibovespa avançou cerca de 11%.

Entre os ativos, o Itaú Unibanco (ITUB4) subiu 2,62%, a R$ 35,52, e foi a maior contribuição para o índice em volume. O Bradesco (BBDC4) também ficou entre as principais influências positivas, com avanço de 1,02%, a R$ 14,85. Demais bancos, como Banco do Brasil (BBAS3), Santander Brasil (SANB11) e BTG Pactual (BPAC11) também tiveram ganhos.

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A CSN Mineração (CMIN3) avançou 6,89% e a CSN (CSNA3) subiu 4,62% após a divulgação de resultados financeiros acima das expectativas. Os papéis ficaram entre as maiores altas.

Na ponta negativa, a Petrobras (PETR3; PETR4) e a Vale (VALE3) cederam com o recuo dos preços das commodities, e a Localiza (RENT3) caiu após o avanço nos últimos dias. Os papéis ficaram entre as principais influências negativas.

Já a Natura&Co (NTCO3) recuou 9,09%, a R$ 14,89, e liderou entre as maiores perdas.

A Avon Products (API), subsidiária não operacional da Natura e holding da marca de produtos de beleza, entrou com pedido de proteção contra credores no “Chapter 11″ nos Estados Unidos, equivalente à recuperação judicial no Brasil, após enfrentar uma série de processos judiciais que alegam que o talco em seus produtos causava câncer.

De acordo com um comunicado, a empresa entrou com o pedido em Delaware na segunda-feira (12) para lidar com dívidas e passivos pré-existentes. A Avon listou ativos e passivos de pelo menos US$ 1 bilhão e não mais de US$ 10 bilhões em sua petição.

Em fato relevante, a brasileira Natura & Co, maior credora da holding, disse que vai fornecer um financiamento de US$ 43 milhões para a subsidiária durante o processo de recuperação judicial e que pretende fazer uma oferta pelos ativos operacionais da Avon fora dos EUA no valor de US$ 125 milhões, por meio de um leilão. O objetivo é apoiar as atividades da Avon durante o período de reestruturação financeira.

Estados Unidos

Em Nova York, os índices fecharam em alta e os rendimentos dos títulos do Tesouro americano caíram após a última leitura da inflação nos EUA reforçar a visão de que o Federal Reserve poderá cortar a taxa de juros em setembro.

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Os preços ao produtor dos EUA subiram menos do que o previsto em julho, refletindo a primeira queda nos custos de serviços deste ano em meio a uma moderação contínua das pressões inflacionárias.

O índice de preços ao produtor para a demanda final aumentou 0,1% em relação ao mês anterior, de acordo com relatório do Escritório de Estatísticas Trabalhistas divulgado nesta terça-feira. A previsão mediana em uma pesquisa da Bloomberg com economistas previa um ganho de 0,2%. Em comparação com um ano atrás, o chamado PPI subiu 2,2%.

Excluindo as voláteis categorias de alimentos e energia, o PPI ficou inalterado em julho em relação ao mês anterior, o menor nível em quatro meses. O núcleo do índice avançou 2,4% na comparação anual.

As categorias no relatório do PPI usadas para calcular o indicador de inflação mais acompanhado pelo Fed — o índice de preços de despesas com consumo pessoal, o PCE — mostram altas moderadas.

Os números da inflação no atacado precedem o índice de preços ao consumidor, mais observado pelo mercado, que deve mostrar uma alta moderada nos dados que saem nesta quarta-feira.

A diminuição das pressões inflacionárias aumentou a confiança de que as autoridades dos EUA podem começar a reduzir os custos de empréstimos enquanto se concentram novamente no mercado de trabalho, que mostra sinais mais claros de desaceleração. Raphael Bostic, presidente do Federal Reserve Bank de Atlanta, disse que está aguardando “um pouco mais de dados” antes de apoiar uma redução nas taxas, reiterando que provavelmente estará pronto para cortar “até o final do ano.”

-- Com informações da Bloomberg News