Ibovespa recua com exterior e declarações de diretor do BC; dólar sobe a R$ 5,59

Índice brasileiro interrompeu a sequência de altas com os investidores avaliando os próximos movimentos dos bancos centrais no Brasil e nos EUA

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22 de Agosto, 2024 | 06:12 PM

Bloomberg Línea — O Ibovespa (IBOV) caiu 0,95%, aos 135.173 pontos, nesta quinta-feira (22), influenciado pela queda nos mercados internacionais e por declarações de diretores do Banco Central do Brasil que puxaram os ativos para baixo. Com o resultado, o índice da bolsa brasileira interrompeu uma sequência de três altas que levaram o benchmark a níveis recordes em pontos.

O dólar (USDBRL) subiu 1,76% e operava a R$ 5,59 no fim do pregão na B3.

O diretor de política monetária, Gabriel Galípolo, rebateu críticas de que a instituição deve ser forçada a subir a taxa de juros em setembro, enfatizando que todas as opções de política monetária estão sobre a mesa.

Nesta semana, o sócio-fundador da Verde Asset Luis Sthulberger afirmou durante participação em um painel que falas recentes do diretor do BC colocaram a autoridade monetária em um “corner”, ao comentar a possibilidade de aumento da Selic diante da desancoragem das expectativas de inflação.

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“Quero discordar da interpretação de que nossos discursos recentes colocaram o Banco Central em um corner em relação ao que fazer”, disse Galípolo nesta quinta em um evento em São Paulo.

O Banco Central sinalizou este mês que não hesitará em aumentar a taxa de juros à medida que as previsões de inflação subirem acima da meta de 3%. Declarações mais duras recentes de Galípolo fizeram operadores reforçarem as apostas em aumentos da Selic nas próximas reuniões, o ajudou a reduzir a cotação do dólar nas últimas semanas. A tendência foi revertida nesta quinta.

Entre os ativos, o Itaú Unibanco (ITUB4) perdeu 0,92% e foi a principal contribuição negativa em volume. Bradesco (BBDC4), Banco do Brasil (BBAS3), Santander Brasil (SANB11) e BTG Pactual (BPAC11) também caíram.

Os papéis da Vibra (VBBR3) recuaram 3,45% e também foram uma das principais influências negativas do Ibovespa. A empresa informou ao mercado na véspera que antecipou o direito de compra dos 50% que não possui na Comerc Energia e concordou em pagar R$ 3,525 bilhões pela fatia.

A Localiza (RENT3) caiu 4,03% e perdeu força após avançar nas últimas sessões. A CVC (CVCB3), que teve forte valorização na véspera, recuou 6,52% e foi a maior queda do Ibovespa na sessão, seguida de Magazine Luiza (MGLU3), MRV (MRVE3), Eztec (EZTC3) e Yduqs (YDUQ3).

Na outra ponta, Vale (VALE3) e Petrobras (PETR3; PETR4) ficaram perto da estabilidade, enquanto a Embraer (EMBR3) liderou entre as maiores altas com valorização de 2,15%. Weg (WEGE3), Ambev (ABEV3), Cemig (CMIG4) e Engie (EGIE3) também avançaram.

Estados Unidos

Em Nova York, o dia foi de perdas para os principais índices, enquanto investidores aguardam um discurso decisivo do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, na sexta-feira que deve dar o tom da política monetária nos Estados Unidos.

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Operadores do mercado reagiram nesta quinta à possibilidade de Powell esfriar as expectativas do mercado de cortes mais agressivos da taxa de juros.

Duas autoridades do Fed disseram acreditar que é apropriado que o banco central dos EUA comece a reduzir as taxas de juros em breve e que o ritmo dos cortes subsequentes deve ser “gradual” e “metódico”.

A presidente do Fed de Boston, Susan Collins, usou os termos em entrevistas à Bloomberg News e à Fox Business, enquanto o chefe do Fed da Filadélfia, Patrick Harker, usou palavras semelhantes em entrevistas à Reuters e à CNBC em Jackson Hole. Nenhum dos dois forneceu mais precisão sobre o que os termos significam para a frequência dos cortes.

-- Com informações da Bloomberg News