Ibovespa opera em queda após PIB do 1º trimestre e de olho em dados dos EUA

Mais cedo, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou o PIB do primeiro trimestre de 2024, que teve crescimento de 0,8% na comparação com os três meses finais de 2023

Ibovespa operava em queda nesta manhã
04 de Junho, 2024 | 10:30 AM

Bloomberg Línea — O Ibovespa (IBOV) caía nesta terça-feira (4) após a divulgação do Produto Interno Bruto (PIB) do primeiro trimestre. Às 14h20 (horário de Brasília), o principal índice da bolsa brasileira recuava 0,45%, aos 121.480 pontos.

O dólar, por sua vez, operava em alta de 0,76%, aos R$ 5,28, no mesmo horário.

Mais cedo, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou o PIB do primeiro trimestre de 2024, que teve crescimento de 0,8% na comparação com os três meses finais de 2023. Na comparação com o mesmo trimestre do ano passado, houve alta de 2,5% no PIB.

Em ambos os casos, o resultado veio acima das projeções. Estimativa mediana de economistas ouvidos pela Bloomberg apontava um crescimento de 2,3% na comparação anual.

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Segundo IBGE, o setor de Serviços puxou a variação positiva, com alta de 1,4%, principalmente devido às contribuições do comércio (3,0%), de informação e comunicação (2,1%) e de outras atividades de serviços (1,6%). A agropecuária, por sua vez, cresceu 11,3%.

Igor Cadilhac, economista do PicPay, avalia que a atividade econômica vem se beneficiando de um mercado de trabalho em pleno emprego, de uma massa salarial crescente e da inflação bem comportada. Ele manteve a projeção de crescimento do PIB para 2024 em 2,1%.

“Temos monitorado o bom momento do crédito, uma retomada do setor industrial, impulsionada pela normalização dos estoques, e a permanência de alguns estímulos governamentais dado, inclusive, as eleições regionais. Os riscos negativos residem nos efeitos finais da calamidade no RS e a perspectiva de um ciclo de corte de juros menor que o esperado anteriormente”, afirmou em comentário a clientes.

Claudia Moreno, economista do C6, acrescenta ainda que os estímulos fiscais, com o reajuste real do salário mínimo e o pagamento de precatórios, além da alta da colheita de grãos também contribuíram para alavancar o PIB no primeiro trimestre, mas esse impulso tende a ficar concentrado nos primeiros seis meses do ano.

“Na nossa visão, a expansão do PIB ficará concentrada na primeira metade do ano. Projetamos alta de 2,2% para a economia brasileira em 2024. É preciso considerar, no entanto, que o impacto das chuvas no Rio Grande do Sul sobre o PIB nacional ainda é incerto. Por ora, acreditamos que os auxílios concedidos e os investimentos que serão feitos para a reconstrução do estado poderão compensar a possível baixa na atividade econômica no segundo trimestre”, afirmou em comentário a clientes.

Além do PIB, investidores monitoram as reações do mercado em relação aos dados sobre a oferta de empregos nos Estados Unidos. Em abril, a oferta de emprego caiu para o nível mais baixo em mais de três anos, consistente com um abrandamento gradual no mercado de trabalho.

As posições disponíveis diminuíram para 8,06 milhões, de uma leitura revisada para baixo de 8,36 milhões no mês anterior, mostrou a Pesquisa de Vagas de Emprego e Rotatividade de Trabalho do Bureau of Labor Statistics, conhecida como JOLTS. O número ficou abaixo de todas as estimativas de uma pesquisa da Bloomberg com economistas.

-- Atualizada para incluir mais detalhes sobre o PIB

Tamires Vitorio

Jornalista formada pela FAPCOM, com experiência em mercados, economia, negócios e tecnologia. Foi repórter da EXAME e CNN e editora no Money Times.