Ibovespa fecha perto da estabilidade e dólar sobe; Petrobras cai com nova diretoria

Índice da bolsa brasileira subiu 0,10% nesta sexta, encerrando uma semana marcada por dúvidas em relação ao equilíbrio fiscal

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14 de Junho, 2024 | 06:40 PM

Bloomberg Línea — O Ibovespa (IBOV) fechou em alta de 0,10%, aos 119.686 pontos, encerrando uma semana na qual as dúvidas sobre o compromisso do governo com o equilíbrio fiscal estiveram no centro das atenções de investidores. No acumulado da semana, o índice teve perda de 0,90%, o quarto período consecutivo de queda.

O dólar (USDBRL) voltou a subir e era negociado a R$ 5,38, com alta de 0,25%, ao final do pregão, diante do sentimento de aversão ao risco no mercado internacional influenciado pela situação política na França.

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No Brasil, as ações do Bradesco (BBDC4) e da Weg (WEGE3) foram as maiores contribuições positivas.

A Petrobras (PETR3;PETR4) fechou em queda e foi a principal influência negativa. A nova gestão da CEO Magda Chambriad informou nesta sexta a indicação de três nomes para compor a diretoria executiva, incluindo o novo CFO, Fernando Melgarejo. Também foram indicadas Sylvia dos Anjos (Exploração e Produção) e Renata Baruzzi (Engenharia, Tecnologia e Inovação).

As ações caíram após as indicações e as negociações tiveram de ser suspensas temporariamente. A falta de experiência do novo CFO no setor de petróleo contribuiu para a volatilidade, segundo a Ativa Investimentos.

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Melgarejo fez carreira no Banco do Brasil onde foi gerente executivo na diretoria de Finanças e Relações com Investidores, segundo a Petrobras. Até a nomeação desta sexta, ele atuava como diretor de Participações da Previ (fundo de pensão do Banco do Brasil) desde 2022 e era conselheiro da Neoenergia.

As indicações ainda devem passar pelos procedimentos internos de avaliação de comitês da Petrobras e precisam ser aprovadas pelo conselho de administração da petroleira.

Os papéis da Vale (VALE3) também encerraram em queda e puxaram o Ibovespa para baixo, mesmo com o avanço do preço do minério de ferro em Singapura. A mineradora confirmou nesta sexta que busca investidores para a sua subsidiária Aliança Energia, que atua no setor de energia.

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Fora do Ibovespa, as ações da Dasa (DASA3) fecharam em queda de 10,21% depois de a empresa e a Amil anunciarem um acordo para unir suas redes de hospitais, sob a marca Ímpar. A empresa nascerá com uma receita anual combinada de R$ 10 bilhões e 25 hospitais, com cerca de 4.400 leitos, o que a tornará a segunda maior do país.

As ações chegaram a subir 13% na abertura, mas recuaram no fim do pregão.

A transação ocorre em um momento em que empresas do setor de saúde fazem movimentos de M&A (fusões e aquisições) com os objetivos de ganhar escala, diminuir custos operacionais e o endividamento.

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O acordo prevê que a Ímpar incorpore R$ 3,85 bilhões de dívida líquida da Dasa, o que inclui saldo de operações com derivativos, contas a pagar de aquisições passadas e impostos parcelados. Segundo o fato relevante, não haverá “aporte” de dívida pela Amil na nova companhia.

“Para a Dasa, a transação, juntamente com outras diversas iniciativas, deve trazer alívio para o balanço patrimonial da empresa. Além de fortalecer o posicionamento da empresa no setor de saúde, também observamos que a lucratividade da Amil parece estar abaixo dos níveis ótimos, deixando muito espaço para a empresa melhorar suas margens e potencialmente aumentar os retornos no futuro”, afirmaram analistas do Itaú BBA em relatório.

Mais cedo, IBC-Br, índice de atividade econômica do Banco Central, mostrou uma economia praticamente estagnada, com avanço de 0,01% em abril, abaixo do esperado pelo mercado, ainda que em leve recuperação da queda de 0,34% em março.

Exterior

No exterior, uma nova onda de ansiedade tomou conta dos mercados globais à medida que a preocupação com uma crise política na França se aprofundou, derrubando as ações e provocando uma fuga para ativos de segurança — de títulos a ouro e o dólar americano.

Os investidores reduziram um pouco o risco, com as ações francesas perdendo cerca de US$ 210 bilhões em valor esta semana — aproximadamente o tamanho da economia da Grécia — depois que o presidente Emmanuel Macron convocou uma eleição antecipada.

Os títulos da França estavam no centro da turbulência, com o prêmio que os investidores exigem para manter os títulos de 10 anos em relação aos pares alemães aumentando em um recorde esta semana.

Nos EUA, as ações também tiveram dificuldades para ganhar tração depois que um indicador de sentimento do consumidor caiu para o menor nível em sete meses, já que os preços altos continuaram a afetar a percepção das finanças pessoais. Loretta Mester, presidente do Federal Reserve de Cleveland, disse que ainda vê os riscos de inflação inclinados para o lado positivo, apesar das boas notícias nos dados mais recentes.

O S&P 500 fechou levemente em baixa, liderado por uma queda nas ações industriais. O setor de tecnologia teve um desempenho superior, com a Adobe subindo 15% devido a um guidance forte. O Stoxx Europe 600 caiu 1%. O índice CAC 40 da França ampliou as perdas para mais de 6% na semana, a maior desde março de 2022. Societe Generale SA, BNP Paribas e Credit Agricole caíram mais de 10% cada uma esta semana.

Os rendimentos dos títulos do Tesouro dos EUA de 10 anos caíram quatro pontos-base para 4,21%. O dólar atingiu seu nível mais alto desde novembro. O euro foi uma das moedas principais com pior desempenho em relação ao dólar esta semana.

Os diretores do Banco Central Europeu não veem motivo para alarme na turbulência do mercado que envolveu a França nos últimos dias, segundo pessoas com conhecimento do assunto. Um porta-voz do BCE recusou-se a comentar.

A ansiedade dos negociadores aumentou depois que uma coalizão de partidos de esquerda da França apresentou um manifesto para desfazer a maioria das reformas econômicas dos sete anos de Macron e colocou o país em rota de colisão com a União Europeia em relação à política fiscal.

-- Com informações da Bloomberg News.