Ibovespa cai 0,67% com dados do PIB e início do julgamento de Bolsonaro; dólar sobe

A economia do Brasil registrou uma expansão modesta no segundo trimestre com base nos serviços e na indústria, um movimento que mostra uma desaceleração em relação ao início do ano, à medida que as altas taxas de juros afetam o crescimento.

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02 de Setembro, 2025 | 06:10 PM

Bloomberg Línea — O Ibovespa fechou em queda de 0,67% nesta terça-feira (2), aos 140.335 pontos, em um dia marcado pela divulgação de dados sobre o PIB do segundo trimestre e pelo início do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro.

O dólar comercial teve ganho de 0,65%, cotado a R$ 5,47.

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Entre as ações do Ibovespa, as maiores baixas foram a BRF (BRFS3), que recuou 1,99%, os papéis do Banco do Brasil (BBAS310) caíram 3,18% e a Raízen (RAIZ4), que teve forte alta na véspera, caiu 2,42% com a notícia de que controladores negociam venda de participação à Mitsubishi.

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Entre as ações com alta no dia, a Marisa (AMAR3) subiu 15,13%, as da Americanas (AMER3) tiveram alta de 11,40% e o BRB (BSLI4) teve ganho de 9,95%.

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Entre as blue chips, as ações do Itaú Unibanco (ITUB4), que realizou seu Investor Day, caíram 1,70%; as preferenciais da Petrobras (PETR4) subiram 0,51%, enquanto as ordinárias (PETR3) tiveram ganhos de 0,77%.

Fechamento dos mercados nesta terça-feira (2)

A divulgação de dados do PIB revelou que a economia do Brasil registrou uma expansão modesta no segundo trimestre com base nos serviços e na indústria, um movimento que mostra uma desaceleração em relação ao início do ano, à medida que as altas taxas de juros afetam o crescimento.

Os dados oficiais do IBGE mostraram que o produto interno bruto cresceu 0,4% no período de abril a junho em relação ao trimestre anterior, um pouco acima da estimativa mediana de 0,3% dos analistas em uma pesquisa da Bloomberg.

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Em relação a um ano atrás, a economia cresceu 2,2%.

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Pelo lado da política, Bolsonaro começou a ser julgado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) pela acusação de envolvimento no plano para dar um golpe de Estado no Brasil, com a reversão do resultado das eleições presidenciais de 2022.

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O ex-presidente e sete aliados respondem no STF pelas acusações de terem se envolvido para a prática dos crimes de organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado pela violência e grave ameaça e deterioração de patrimônio tombado.

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No exterior, Wall Street começou o mês de setembro com um tom amargo. As ações acompanharam a queda dos títulos em meio a fortes vendas de dívida corporativa e preocupações com o orçamento dos países desenvolvidos. O dólar subiu no mercado internacional. O ouro atingiu uma máxima histórica.

Os rendimentos dos títulos do Tesouro de 30 anos se aproximaram de 5%, pressionando as ações de tecnologia, cujas avaliações se ampliaram durante a alta desde as mínimas de abril.

Embora o S&P 500 tenha reduzido suas perdas no fechamento, quase 400 de suas ações recuaram.

Todas as megacaps caíram, com a Nvidia registrando sua maior queda desde março, de 1,97%. No final da noite, a Alphabet subiu após um juiz federal decidir que o Google não precisa vender seu navegador Chrome.

Juntamente com uma série de vendas corporativas, houve uma preocupação renovada com a dívida global de longo prazo, após anos de emissões terem exacerbado os déficits orçamentários.

No Reino Unido, o rendimento dos títulos de longo prazo atingiu o maior nível desde 1998 e a libra despencou, à medida que aumentava a pressão sobre o primeiro-ministro Keir Starmer para administrar o orçamento.

O presidente Donald Trump disse que seu governo solicitaria à Suprema Corte uma decisão acelerada na esperança de anular uma decisão do tribunal federal de que muitas de suas tarifas foram impostas ilegalmente. “O mercado de ações está em baixa porque o mercado de ações precisa das tarifas. Eles querem as tarifas”, observou.

“Menos receita com tarifas significa mais vendas de dívida dos EUA para cobrir o déficit de gastos”, disse Scott Wren, do Wells Fargo Investment Institute.

-- Com informações da Bloomberg News.