Bloomberg — O risco de uma bolha especulativa nas bolsas aumenta à medida que as expectativas de cortes nas taxas de juros dos EUA atraem fluxos massivos de investimento para as ações, de acordo com o estrategista Michael Hartnett, do Bank of America.
Com os EUA se aproximando de acordos comerciais com a China - como anunciado nesta quinta-feira (26) - e outros parceiros, as guerras tarifárias e a geopolítica se tornam menos preocupantes para os investidores.
Em vez disso, investidores passam a precificar uma chance maior de cortes nas taxas do Federal Reserve e aguardar para saber se o projeto de lei tributária do presidente Donald Trump será aprovada no Congresso em julho.
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Uma “mudança de tarifas para cortes de impostos/cortes de taxas” poderia levar a um alto risco de bolha na segunda metade do ano e a um enfraquecimento ainda maior do dólar, escreveu a equipe de Hartnett do BofA em uma nota.
Neste ano, US$ 164 bilhões já foram alocados nas ações dos EUA, o que representa a terceira maior entrada anual da história, segundo a nota da equipe de Hartnett, que citou dados da EPFR Global.
O índice S&P 500 está prestes a atingir um novo recorde de alta, enquanto os rendimentos do Tesouro de 10 anos caíram mais de 30 pontos-base em relação às máximas de maio. Atualmente, os mercados de swaps projetam que o Fed corte as taxas quatro vezes nos próximos 12 meses.
A “melhor maneira de ganhar exposição é por meio de uma barra de ações ‘long US growth/long global value’”, acrescentou Hartnett, referindo-se a uma estratégia de investimento que busca um equilíbrio entre risco e recompensa.
No entanto, na ausência de uma bolha na inteligência artificial, a aceleração do crescimento dos lucros é a “surpresa de alta mais plausível” para as ações dos EUA e globais na segunda metade do ano, acrescentou a equipe.
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