Bloomberg — Os futuros de ações dos EUA operam em queda nesta segunda-feira (14), enquanto investidores se preparam para uma série de dados econômicos e acompanham as novas ameaças tarifárias de Donald Trump contra UE e o México.
O índice europeu Stoxx 600 recuou 0,5%, com os fabricantes de automóveis — sensíveis ao comércio — liderando as perdas.
Os futuros do S&P 500 caíram 0,4%. O bitcoin ultrapassou os US$ 120.000 pela primeira vez. Os títulos japoneses de longo prazo ampliaram suas perdas diante de preocupações fiscais antes das eleições locais. O dólar e os Treasuries dos EUA tiveram pouca variação.
A ameaça feita pelo presidente dos EUA, Donald Trump, no fim de semana, de impor tarifas de 30% sobre a União Europeia e o México está testando a resiliência do mercado, após uma série de medidas comerciais mais agressivas contra vários parceiros.
Embora os traders vejam, em sua maioria, essa postura como uma tática de negociação e esperem que as tarifas finais sejam mais brandas, as ações de Trump injetaram incerteza no momento em que o S&P 500 operava próximo de máximas históricas.
Os dados econômicos previstos para terça-feira devem mostrar que a inflação nos EUA subiu em junho, à medida que as empresas começaram a repassar o aumento no custo dos bens importados.
Esses números podem influenciar a postura cautelosa do Federal Reserve em relação a cortes de juros, com os mercados ainda precificando quase dois cortes de 0,25 ponto percentual neste ano.
“É importante notar que os investidores já estão precificando expectativas de corte de juros”, destacou Linh Tran, analista de mercado da XS.com.
“Se os dados indicarem pressões inflacionárias mais fortes que o esperado ou um mercado de trabalho apertado, o Fed pode ser forçado a adiar os cortes — o que pode desencadear um choque de avaliação para os mercados de ações.”
Paralelamente, Trump e seus aliados intensificaram as críticas ao presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, por sua condução da cara reforma da sede do Fed.
Alguns membros do governo estão tentando construir um argumento para remover Powell do Conselho de Governadores do Fed.
No fim da noite de domingo, Trump voltou a criticar Powell e disse que, se o presidente do Fed renunciasse, isso seria uma “coisa boa”. O estrategista do Deutsche Bank, George Saravelos, afirmou que a possível demissão de Powell representa um risco significativo e subestimado, que pode provocar uma venda generalizada de dólares e Treasuries dos EUA.
Veja a seguir outros destaques desta manhã de segunda-feira (14 de julho):
- Tarifas contra o Brasil. O presidente do STF, Luís Roberto Barroso, criticou a tarifa de 50% anunciada por Donald Trump sobre as exportações brasileiras e disse que ela se baseia em uma ‘compreensão distorcida dos fatos’. Foi a primeira manifestação oficial do STF sobre o tema.
- Estratégia da UE contra as tarifas. O bloco planeja intensificar o diálogo e pensar em ações coordenadas com países como Canadá, Japão e Índia após novas ameaças tarifárias dos EUA, segundo fontes falaram à Bloomberg News. As negociações entre UE e EUA seguem travadas, especialmente em temas como automóveis e agricultura.
- xAI na mira da Tesla. Elon Musk disse que a Tesla fará uma pesquisa com acionistas sobre um possível investimento na xAI, após relatos de que a SpaceX pode aplicar US$ 2 bilhões na empresa. A possível integração com a Tesla ocorre enquanto a xAI busca captar recursos com avaliação de até US$ 200 bilhões.

🔘 As bolsas na sexta-feira (11/07): Dow Jones Industrials (-0,63%), S&P 500 (-0,33%), Nasdaq Composite (-0,22%), Stoxx 600 (-1,01%), Ibovespa (-0,41%)
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-- Com informações da Bloomberg News.
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