Futuros em NY caem em meio a dúvidas sobre crescimento econômico e rali perde força

Europa e Ásia seguem impulsionadas por trégua EUA-China anunciada na véspera

Por

Bloomberg — Os futuros das ações dos EUA operam em queda nesta terça-feira (13), à medida que o otimismo em torno dos cortes tarifários entre os EUA e a China é ofuscado por preocupações com a inflação e o crescimento econômico.

Os futuros dos EUA apontavam para uma queda de 0,4% no S&P 500 e recuo de 0,5% no Nasdaq 100.

O apetite por ativos mais seguros voltou a crescer, com os rendimentos dos Treasuries caindo e os preços do ouro em alta.

O índice de referência europeu subia 0,2%, com as ações da Bayer disparando mais de 11% após superarem as estimativas. O dólar recuava.

Na véspera, o acordo de trégua tarifária de 90 dias deu impulsionou aos mercados e levou o Nasdaq Composite de volta a um mercado de alta.

Eles aguardam pistas sobre os próximos passos da taxa de juros do Federal Reserve no índice de inflação dos EUA que será divulgado ainda hoje — o primeiro que pode refletir os custos relacionados às tarifas.

“Os desafios ainda não terminaram”, disse Frederique Carrier, chefe de estratégia de investimentos da RBC Wealth Management.

“A desaceleração nas tensões foi muito mais forte do que até as melhores expectativas, mas é preciso lembrar que a economia dos EUA ainda enfrenta tarifas efetivas médias superiores a 13%.”

O otimismo com a trégua entre EUA e China levou o S&P 500 a fechar em alta de 3,3% na segunda-feira, acima do nível em que estava quando o presidente Donald Trump anunciou tarifas generalizadas em 2 de abril.

O avanço das gigantes de tecnologia devolveu o Nasdaq 100 ao território de alta, cerca de um mês após ter caído 20% em relação ao recorde anterior.

A recuperação levou Mark Haefele, diretor de investimentos do UBS Global Wealth Management, a rebaixar a recomendação para ações dos EUA de “atrativa” para “neutra”.

A incerteza ainda é elevada, escreveu ele em nota nesta terça-feira, e agora os investidores se concentrarão em saber se um acordo comercial duradouro poderá ser firmado entre os dois países.

O Bloomberg Dollar Spot Index caiu 0,2%, devolvendo parte dos ganhos da sessão anterior. O iene e o franco suíço lideraram os ganhos entre as moedas.

Na Ásia, o yuan offshore subiu para o maior nível em seis meses após o banco central fixar a moeda em patamar mais forte.

Os Treasuries também reverteram parte do movimento de segunda-feira. O rendimento dos títulos de dois anos, sensível à política monetária, recuou três pontos-base após saltar 12 pontos-base em Nova York, em meio à especulação de que a trégua tarifária fortaleceria a maior economia do mundo.

Veja a seguir outros destaques desta manhã de terça-feira (13 de maio):

- Desempenho da Petrobras. O lucro líquido subiu 48,6% no primeiro trimestre e o conselho de administração aprovou o pagamento de dividendos de US$ 2,1 bilhões, abaixo da expectativa. A maior produção de petróleo e uma taxa de câmbio mais favorável deram impulso ao resultado.

- Bayer mostra sinais de recuperação. A companhia superou as expectativas de lucro no primeiro trimestre. O Ebitda ajustado foi de €4,09 bilhões, com a forte demanda por medicamentos para câncer e doenças renais ajudando a compensar a queda nas vendas da divisão agrícola.

- A reestruturação da Nissan. A empresa decidiu não divulgar uma projeção de lucro operacional para o ano fiscal que termina em março de 2026 e informou que fechará fábricas. O lucro no ano encerrado em março de 2025 foi de ¥ 134 bilhões, um pouco abaixo das estimativas de ¥ 139 bilhões.

🔘 As bolsas ontem (12/05): Dow Jones Industrials (+2,81%), S&P 500 (+3,26%), Nasdaq Composite (+4,35%), Stoxx 600 (+1,21%), Ibovespa (+0,04%)

Assine a newsletter matinal Breakfast, uma seleção da Bloomberg Línea com os temas de destaque em negócios e finanças no Brasil e no mundo.

-- Com informações da Bloomberg News.

Veja mais em bloomberg.com

©2024 Bloomberg L.P.