Bloomberg — Os futuros de ações dos Estados Unidos operam em alta nesta quarta-feira (8), à medida que investidores deixam de lado preocupações a formação de bolha em torno da IA e aumentam o apetite ao risco. O ouro ultrapassou os US$ 4.000 por onça.
Os contratos do S&P 500 avançaram cerca de 0,2% depois de o índice de referência interromper uma sequência de oito altas consecutivas.
O dólar ganhou força pelo terceiro dia seguido em relação às principais moedas, enquanto os rendimentos dos Treasuries recuaram.
Crescem as preocupações de que o salto de US$ 16 trilhões do S&P 500 desde as mínimas de abril tenha ido longe demais.
A queda de terça-feira ocorreu em meio a discussões cada vez mais frequentes sobre as avaliações excessivas relacionadas à inteligência artificial, com alguns participantes do mercado vendo um eco dos exageros que levaram ao estouro da bolha das pontocom há 25 anos.
Ainda assim, muitos investidores temem ficar de fora de novos ganhos, com a próxima temporada de balanços podendo oferecer pistas sobre a sustentabilidade da alta.
“Há sinais preocupantes em torno da alta da IA, que me lembram de 1997, quando comecei minha carreira”, disse Gilles Guibout, chefe de ações europeias da Axa Investment Managers.
“A bolha estourou em 2000, mas os gestores que se recusaram a acompanhar o rali, com razão, esperando que ele estourasse, acabaram perdendo muito dinheiro para seus clientes. Há um risco real em sair cedo demais das apostas em IA; o que se deve fazer é continuar investido, mas com o dedo no botão de saída e com diversificação.”
O ouro superou as ações neste século
O índice europeu Stoxx 600 subiu 0,5%, a caminho de mais um fechamento recorde, impulsionado por ganhos de mais de 1% no setor de matérias-primas.
O Lloyds Banking liderou a alta dos bancos após uma decisão favorável sobre custos de empréstimos de automóveis em disputa.
As ações europeias também foram favorecidas por avanços para resolver o impasse orçamentário da França. O índice francês CAC 40 chegou a subir 0,8%, enquanto os rendimentos dos títulos do país caíram.
O subíndice de tecnologia da Europa, no entanto, teve desempenho inferior, enquanto as ações da BMW AG recuaram, arrastando concorrentes, depois que a montadora de luxo alemã reduziu suas projeções financeiras devido às vendas fracas na China e aos custos relacionados a tarifas.
Os investidores haviam comemorado uma onda de alianças em inteligência artificial neste mês, envolvendo a OpenAI, a Nvidia e empresas asiáticas como Hitachi Ltd. e Fujitsu.
A startup de IA xAI, apoiada por Elon Musk, também está levantando mais recursos do que o previsto inicialmente, incluindo um investimento acionário da Nvidia, o que deve elevar sua rodada de financiamento em andamento para US$ 20 bilhões.
O bilionário Ray Dalio, fundador da gestora de hedge funds Bridgewater Associates, expressou reservas quanto à magnitude da recente alta do mercado acionário, que reacendeu preocupações sobre uma bolha de IA à medida que as avaliações disparam.
“Isso me parece algo exagerado”, disse Dalio.
Dalio vê o ouro como uma forte reserva de valor em um momento de aumento do endividamento público, tensões geopolíticas e perda de confiança na estabilidade das moedas nacionais.
As preocupações com a economia dos EUA e com uma possível paralisação do governo deram novo impulso à disparada do ouro, cuja alta de 53% neste ano coloca o metal no caminho de seu maior avanço anual desde 1979. O ouro chegou a subir até 1,4% nesta quarta-feira, atingindo US$ 4.039,05 por onça.
Veja a seguir outros destaques desta manhã de quarta-feira (8 de outubro):
- Ambipar prepara RJ. A empresa de gestão de resíduos se prepara para entrar com um pedido de recuperação judicial no Rio de Janeiro na próxima semana, segundo fontes que falaram à Bloomberg News. No final do mês passado, a Ambibar obteve proteção emergencial contra credores após ter alertado para risco de colapso financeiro.
- SoftBank avança em robótica. A companhia concordou em comprar a unidade de robótica industrial da ABB por cerca de US$ 5,4 bilhões, em um movimento que reforça as apostas em inteligência artificial e automação. O negócio dá à empresa japonesa acesso a um setor de US$ 75 bilhões que cresce 8% ao ano.
- Alta recorde do ouro. O metal precioso ultrapassou o patamar de US$ 4.000 por onça pela primeira vez, e acumula alta de 50% no ano, impulsionado por temores sobre a economia dos EUA e a independência do Fed. A busca por ativos mais seguros levou investidores e bancos centrais a ampliarem as compras do ouro.
🔘 As bolsas ontem (07/10): Dow Jones Industrials (-0,20%), S&P 500 (-0,38%), Nasdaq Composite (-0,67%), Stoxx 600 (-0,17%), Ibovespa (-1,57%)
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-- Com informações da Bloomberg News.
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