Futuros dos EUA recuam antes do simpósio de Jackson Hole e à espera de balanços

Nasdaq tem segunda pior queda desde abril; mercado espera por discurso de Jerome Powell em Jackson Hole, e futuro da taxa de juros do país

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Bloomberg — Os futuros de ações dos EUA operam em queda nesta quinta-feira (21) enquanto investidores aguardam o início do Simpósio de Política Econômica de Jackson Hole, organizado pelo Fed.

As ações europeias interromperam uma sequência de três altas, ficando a menos de 1% de um recorde histórico. O dólar reduziu ganhos após atingir o maior nível em duas semanas.

Os Treasuries americanos caíram, com a taxa de 10 anos avançando dois pontos-base para 4,31%.

Nesta semana, as ações de tecnologia, especialmente as de grandes companhias, sofreram pressão diante de temores de que a forte alta desde abril tenha avançado rápido demais.

Operadores mantêm cautela com o início do simpósio de Jackson Hole ainda hoje, e aguardam o discurso do presidente do Fed, Jerome Powell, na sexta-feira, em busca de sinais sobre o rumo dos juros.

O desempenho dos mercados hoje também poderá ser influenciado pelos índices de gerentes de compras (PMIs), dados de vendas de imóveis e pelos resultados do Walmart.

“O que vemos agora é realização de lucros e uma busca natural por ativos de qualidade antes do discurso de Jerome Powell em Jackson Hole”, disse John Plassard, chefe de estratégia de investimentos da Cité Gestion.

Ele acrescentou: “Não vamos nos enganar: este não é o fim da tecnologia, muito menos das ações ligadas à inteligência artificial.”

Enquanto isso, a ata da reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC) de 29 e 30 de julho mostrou que a maioria dos dirigentes do Fed destacou os riscos inflacionários como superiores às preocupações com o mercado de trabalho, à medida que as tarifas alimentavam divisões crescentes dentro do comitê que define os juros.

Dado que o Fed já está dividido sobre os cortes de juros, “o equilíbrio vai mudar a favor dos mais dovish, que estarão mais dispostos a relevar a inflação gerada pelas tarifas”, disse Ian Samson, gestor de portfólio multiativos da Fidelity International, em entrevista à Bloomberg TV.

Os contratos futuros continuaram a precificar alta probabilidade de um corte de 0,25 ponto percentual em setembro.

Em outro front, o vice-presidente dos EUA, JD Vance, disse que as negociações para encerrar a guerra da Rússia na Ucrânia estão focadas em garantias de segurança para a Ucrânia e no território que a Rússia deseja controlar — incluindo áreas ucranianas que não estão ocupadas — enquanto Washington tenta intermediar um acordo de paz entre os dois países.

Veja a seguir outros destaques desta manhã de quinta-feira (21 de agosto):

- Wi-Fi a bordo na mira da Starlink. A empresa de Elon Musk tem buscado ampliar sua presença no mercado de Wi-Fi em voos, e fechou acordos com companhias como Alaska Airlines, Virgin Atlantic. A disputa pelo mercado global de conectividade aérea, estimado em US$ 100 bilhões, deve se intensificar com concorrentes.

- Relógios driblam tarifas. As exportações de relógios suíços cresceram 6,9% em julho, impulsionadas por remessas antecipadas aos EUA antes da tarifa de 39% imposta por Donald Trump. O governo suíço negocia reduzir a tarifa, enquanto marcas de luxo como Swatch e Richemont enfrentam demanda global mais fraca.

- Nissan ajusta estratégia. A KKR lidera as negociações para comprar a sede da Nissan em Yokohama, no Japão, por cerca de US$ 610 milhões. A venda integra o plano de reestruturação da Nissan, que prevê corte de 20 mil postos de trabalho e fechamento de fábricas, enquanto enfrenta a crescente concorrência chinesa em elétricos.

🔘 As bolsas ontem (20/08): Dow Jones Industrials (+0,04%), S&P 500 (-0,24%), Nasdaq Composite (-0,67%), Stoxx 600 (+0,23%), Ibovespa (+0,17%)

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-- Com informações da Bloomberg News.

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