Futuros dos EUA operam perto da estabilidade antes da divulgação do PIB dos EUA

Investidores aguardam a divulgação do PIB do 3º trimestre para calibrar apostas em cortes de juros

Por

Bloomberg — As ações dos EUA operam perto da estabilidade nesta terça-feira (23), enquanto investidores aguardam a divulgação do PIB do terceiro trimestre para avaliar se os dados alteram as expectativas de cortes de juros.

O S&P 500 deve abrir praticamente sem variação após uma alta de três dias que deixou o índice próximo de um novo recorde histórico.

As ações europeias foram impulsionadas por um salto de 7% nos papéis da Novo Nordisk depois que a empresa obteve aprovação nos EUA para vender a versão em pílula de seu medicamento contra a obesidade Wegovy.

O ouro ampliou sua sequência recorde, mirando US$ 4.500 a onça. Prata e cobre também avançaram. Os Treasuries dos EUA se estabilizaram após dias de perdas, com o rendimento do título de 10 anos caindo dois pontos-base, para 4,15%. O dólar, por sua vez, caminha para o menor nível desde outubro.

Os mercados acionários deixaram para trás a volatilidade recente à medida que investidores se posicionam para um rali sazonal de fim de ano.

A desaceleração da inflação e dados mistos do mercado de trabalho levaram os mercados a precificar pelo menos dois cortes de juros do Federal Reserve em 2026.

Observadores agora projetam mais um ano de fortes ganhos do S&P 500, apoiados por expectativas de resultados sólidos e apostas em afrouxamento monetário.

Embora a leitura atrasada do PIB dos EUA do terceiro trimestre, divulgada nesta terça-feira, deva estar defasada demais para oferecer um retrato claro das condições atuais, o foco também estará nos dados de confiança do consumidor, após uma forte queda em novembro.

“A volatilidade está nos níveis mais baixos do ano, enquanto os spreads de crédito estão entre os mais comprimidos que vimos em décadas”, disse Alberto Tocchio, gestor de portfólio da Kairos Partners.

“Essa dinâmica ajuda a sustentar a bonança atual do mercado, especialmente em um ambiente em que os volumes de negociação caem acentuadamente e muitos investidores discricionários já estão à margem.”

O iene liderou os ganhos entre as principais moedas frente ao dólar, superando o nível de 156 após a ministra das Finanças Satsuki Katayama emitir seu alerta mais duro até agora a especuladores, na esteira do aumento de juros pelo banco central na semana passada. O franco suíço e a libra esterlina também avançaram de forma significativa.

O Brent operava perto de US$ 62 o barril, após subir cerca de 5% nas quatro sessões anteriores, com os EUA mantendo o bloqueio às remessas de petróleo da Venezuela.

Veja a seguir outros destaques desta manhã de terça-feira (23 de dezembro):

- Pílula para perda de peso da Novo Nordisk. A farmacêutica obteve aprovação nos EUA para vender a versão em pílula do Wegovy, que começará a ser comercializada em janeiro. Analistas veem a decisão como uma vitória regulatória. A pílula custará a partir de US$ 149 por mês mediante pagamento em dinheiro.

- Rosewood London à venda. A família Cheng colocou à venda o hotel Rosewood London para aliviar pressões do grupo imobiliário New World Development, segundo fontes que falaram à Bloomberg News. A estratégia integra um plano mais amplo de venda de ativos do grupo Rosewood, controlado pela Chow Tai Fook Enterprises.

- Ryanair é multada na Itália. O maior grupo aéreo da Europa foi multado em cerca de € 256 milhões pela autoridade antitruste da Itália por supostamente adotar práticas abusivas contra clientes que compraram passagens via agências de viagem. A Ryanair disse que vai recorrer da decisão, que classificou como ‘bizarra’.

🔘 As bolsas ontem (22/12): Dow Jones Industrials (+0,47%), S&P 500 (+0,64%), Nasdaq Composite (+0,52%), Stoxx 600 (-0,13%), Ibovespa (-0,21%)

Assine a newsletter matinal Breakfast, uma seleção da Bloomberg Línea com os temas de destaque em negócios e finanças no Brasil e no mundo.

-- Com informações da Bloomberg News.

Veja mais em bloomberg.com

Leia também

Tenda vê casas pré-fabricadas como um ‘extra’ ao negócio. Falta convencer o investidor