Futuros asiáticos sinalizam abertura em alta e dólar avança após conflito em Israel

Impactos dos ataques em Israel repercutiram nos mercados neste domingo (8), definindo o tom para o que provavelmente será um início volátil da semana

Confronto entre Israel e Hamas continua pelo segundo dia
Por Toby Alder
08 de Outubro, 2023 | 07:22 PM

Bloomberg — As ações asiáticas sinalizam uma abertura em alta após uma recuperação em Wall Street na sexta-feira (6), enquanto o dólar sobe à medida que os traders reagem a um ataque surpresa do Hamas em Israel que deixou centenas de mortos.

Os futuros de ações para o Japão, Hong Kong e Austrália subiram depois que o S&P 500 avançou 1,2% na sexta, encerrando uma sequência de quatro semanas de perdas. Os futuros do Nasdaq 100 subiam cerca de 1,7% com nomes de tecnologia com Microsoft (MSFT), Apple (AAPL) e Nvidia (NVDA) impulsionando o índice para cima.

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O dólar subia devido à busca por ativos considerados mais seguros no início das negociações em Sydney na segunda-feira (9), registrando ganhos em relação ao euro e à libra. O iene, outro refúgio preferido entre investidores, se valorizou. As reações foram atenuadas devido aos feriados no Japão e nos Estados Unidos.

Os impactos dos ataques em Israel repercutiram nos mercados do Oriente Médio neste domingo (8), levando a quedas nas ações e definindo o tom para o que provavelmente será um início volátil da semana.

As principais bolsas de valores da região caíram, lideradas por uma baixa no índice de referência TA-35 de Israel, que registrou sua maior perda em mais de três anos, caindo 6,5%.

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Na renda fixa, os rendimentos dos títulos do Tesouro de 10 anos e 30 anos se atenuaram na sexta-feira, depois de atingirem máximas de 2007 perto de 4,9% e 5,1%, respectivamente, à medida que os títulos globais foram vendidos pela quinta semana consecutiva.

Uma surpreendente alta nas contratações nos EUA levou os traders de swaps a precificarem uma chance de cerca de 50/50 de um aumento das taxas até dezembro.

O relatório de empregos não agrícolas (payroll) dos EUA mostrou que os empregadores aceleraram o ritmo de contratação, com a adição de 336.000 empregos em setembro, mais do que o dobro das estimativas dos economistas. A taxa de desemprego se manteve estável em 3,8%, de acordo com dados do departamento de estatísticas do país divulgados na sexta-feira.

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O selloff de títulos tem afetado ativos de risco, desde ações até crédito privado, devido às preocupações de que os bancos centrais manterão as taxas de juros elevadas por mais tempo do que o esperado.

Mohamed El-Erian, o principal consultor econômico da Allianz SE, prevê mais dor pela frente. “Algo provavelmente vai quebrar”, disse ele em entrevista à Bloomberg TV. O colunista da Bloomberg Opinion afirmou que os números de empregos de sexta-feira eram consistentes com sua previsão de uma possível recessão.

Na Ásia, os mercados da China continental estão prestes a reabrir após ficarem fechados durante a Semana Dourada, enquanto as negociações em Hong Kong podem ser interrompidas na segunda-feira devido a um aviso de tufão.

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O ataque de sábado em Israel voltará a chamar a atenção dos investidores para as commodities, com os traders observando a reação do preço do petróleo depois de ter registrado a maior queda semanal desde março. O ouro caiu pela segunda semana consecutiva.

-- Com a colaboração de Rachel Evans.

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