Bloomberg Línea — O Federal Reserve anunciou a manutenção das taxas de juros dos Estados Unidos no intervalo entre 4,25% e 4,5% ao ano pela quinta vez consecutiva após sua reunião encerrada nesta tarde de quarta-feira (30).
A decisão, que já era esperada pelo mercado, deve ampliar a pressão crescente do presidente Donald Trump sobre o banco central americano e, em particular, o chefe do Fed, Jerome Powell, pela redução dos juros.
“A taxa de desemprego continua baixa, e as condições do mercado de trabalho permanecem sólidas. A inflação continua um pouco elevada”, disse o Fed no comunicado. “A incerteza em relação às perspectivas econômicas continua elevada.”
A decisão não foi unânime: dois diretores do FOMC (Comitê Federal de Mercado Aberto), que toma as decisões de política monetária, votaram a favor de um corte de 0,25 ponto percentual: Christopher Waller e Michelle Bowman. Adriana Kugler se absteve de votar.
Nove diretores (governors), incluindo Powell, votaram pela manutenção.
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“Embora as oscilações nas exportações líquidas continuem afetando os dados, indicadores recentes sugerem que o crescimento da atividade econômica se moderou na primeira metade do ano”, disse o Fed no comunicado.
“O Comitê estaria preparado para ajustar a perspectiva da política monetária conforme apropriado, caso surjam riscos que possam dificultar o alcance de suas metas [de máximo emprego e de inflação de 2% ao ano no longo prazo].”
Os índices de ações dos EUA tiveram poucas alterações minutos depois da divulgação da decisão e operavam com leves ganhos.
O Fed realizará apenas mais três reuniões de política monetária neste ano, em setembro, outubro e dezembro.
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Em junho, as autoridades do FOMC sinalizaram sua intenção de realizar dois cortes de um quarto de ponto na taxa de juros em 2025, com base em sua projeção mediana.
Isso faz com que uma redução em setembro pareça provável, segundo disse Veronica Clark, economista do Citigroup à Bloomberg News.
Os formuladores de política monetária devem avaliar mais dois relatórios sobre empregos, incluindo o relatório de julho, previsto para sexta-feira (1), antes de se reunirem nos dias 16 e 17 de setembro. Eles também receberão dados adicionais sobre inflação, gastos e habitação.
-- Em atualização.
-- Com informações da Bloomberg News.
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