Bloomberg — Gestores de ativos aumentaram suas apostas de que o dólar perderá força, em movimento feito pouco antes da divulgação de dados do mercado de trabalho nos Estados Unidos em maio na última sexta-feira (7), que revelaram uma resiliência acima da esperado e, como consequência, impulsionaram a moeda para o maior patamar em um mês.
Fundos aumentaram suas posições líquidas vendidas em dólar pela sexta semana consecutiva, a sequência mais longa desde 2022, de acordo com dados da Commodity Futures Trading Commission compilados pela Bloomberg.
A expansão de vagas registradas no payroll em maio, no entanto, excedeu todas as estimativas dos economistas, o que provocou uma debandada de investidores para o dólar, dado que os traders adiaram as expectativas sobre quando o Federal Reserve cortará as taxas de juros.
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Um mercado de trabalho resiliente nos EUA “deve ajudar a definir um tom mais firme para o dólar” na decisão de política do Fed desta semana, escreveram em uma relatório estrategistas do Goldman Sachs, incluindo Kamakshya Trivedi.
“Ainda achamos que o dólar será o ‘porto seguro’ para os fluxos de portfólio nos próximos meses”, em meio à incerteza das próximas eleições em novembro e aos retornos dos ativos.
![Gestores ampliaram a posição vendida em dólar pela sexta semana consecutiva antes do payroll de maio (Fontes: Bloomberg e CFTC) Gestores ampliaram a posição vendida em dólar pela sexta semana consecutiva antes do payroll de maio (Fontes: Bloomberg e CFTC)](https://www.bloomberglinea.com/resizer/v2/UHHTS7KIKFCXFHJTYBXMISLLK4.jpeg?auth=41ea5465bb078c1f89158a984182ee00ea8f02cb2231b555a970467d21c448e8&width=1000&height=572&quality=80&smart=true)
O dólar avançou em relação a todos os seus pares do G10 (Grupo dos 10) na sexta, com o indicador de dólar da Bloomberg registrando seu maior ganho em um dia desde janeiro, depois que o relatório de empregos “destruiu as expectativas de uma mudança de política do Fed no curto prazo.
Os defensores do dólar podem ver sua determinação testada novamente nesta quarta-feira (12), quando os formuladores de política monetária do Federal Reserve atualizarem suas previsões para as taxas de juros pela primeira vez em três meses.
O equivalente a 41% dos economistas prevê que o Fed sinalizará dois cortes em seu “gráfico de pontos” - “Dot Plot” -, que é acompanhado de perto pelo mercado, de acordo com a estimativa mediana em uma pesquisa da Bloomberg. É o mesmo percentual daqueles que esperam que as previsões mostrem apenas uma redução ou nenhuma.
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A moeda americana ampliou seus ganhos no início das negociações desta segunda-feira na Ásia, com o Bloomberg Dollar Spot Index subindo pelo terceiro dia seguido.
“Há um pequeno risco de que eles possam descartar completamente os cortes nas taxas neste ano, devido à força do mercado de trabalho”, escreveu Kathleen Brooks, diretora de pesquisa da XTB, em uma nota. Isso pode “desencadear um aumento nos rendimentos dos títulos, uma força generalizada do dólar e uma fraqueza das ações”, disse ela.
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