O ouro se estabeleceu próximo ao patamar de US$ 3.650 por onça na quarta-feira, após uma queda inesperada de 0,1% nos preços ao produtor dos EUA, que reforçou as expectativas de novos cortes nas taxas pelo Federal Reserve.
O metal precioso parece não encontrar um teto, e um relatório realizado pela holding suíça Mirabaud detalha que há cinco fatores que impulsionam o metal precioso e fatores que podem impulsioná-lo ainda mais:
- Cortes nas taxas de juros e flexibilização monetária;
- Riscos de inflação;
- Pressão sobre o dólar;
- Compras do banco central;
- Tensões geopolíticas;
Taxas de juros
Espera-se que o Federal Reserve (Fed) dos EUA corte as taxas antes do final do ano. De fato, o mercado atribui uma probabilidade de 90% de que o primeiro corte em 2025 ocorra em 18 de setembro, quando as taxas cairiam 25 pontos para a zona de 4 a 4,25%.
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“Taxas mais baixas reduzem o custo de oportunidade de manter o ouro e tendem a canalizar os fluxos para ativos tangíveis”, segundo o relatório da Mirabaud.
Riscos de inflação
O levantamento aponta que as taxas mais baixas, combinadas com os aumentos de preços impulsionados por tarifas, aumentam a probabilidade de um pico inflacionário.
“A inflação alta favorece a valorização do ouro como reserva de valor“, observa.
Pressão sobre o dólar
A holding Mirabaud também enfatiza que, à medida que o dólar se enfraquece, o ouro (precificado nessa moeda) tende a se valorizar.
Compras do banco central
O aumento das reservas de ouro pelos bancos centrais tem sido uma tendência constante há vários anos. Com o dólar sob pressão, de acordo com Mirabaud, há poucos motivos para esperar que essas aquisições maciças parem.
Tensões geopolíticas
De acordo com a empresa suíça, os conflitos internacionais e os atritos comerciais alimentam a busca por ativos considerados maisseguros, entre os quais o ouro continua em destaque.
Um novo salto
Os preços do ouro subiram para cerca de US$ 3.650 por onça na quarta-feira, impulsionados por uma queda inesperada de 0,1% nos preços ao produtor dos EUA, quando se esperava um aumento de 0,3%.
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Tanto o índice básico quanto o principal caíram, influenciados pela queda nas margens do atacado de máquinas e veículos.
Os dados se somam aos dados sobre o mercado de trabalho no início do mês, que levaram os mercados a prever cortes nas taxas pelo Federal Reserve, programados para a próxima reunião.
A demanda por ativos considerados seguros também foi impulsionada por fatores geopolíticos: Donald Trump pediu à União Europeia que impusesse tarifas de até 100% sobre a China e a Índia para pressionar a Rússia sobre a guerra na Ucrânia; os conflitos no Oriente Médio aumentaram; e a Polônia abateu drones russos que entraram em seu espaço aéreo durante um grande ataque no oeste da Ucrânia.