Desafios geopolíticos, inflação persistente e outros eventos que movem os mercados

Os investidores monitoram o desfecho dos recentes ataques aéreos dos EUA e do Reino Unido contra os rebeldes Hothi no Mar Vermelho e observam o início da temporada de balanços

Estes são os eventos que orientam os investidores e movem os mercados hoje
12 de Janeiro, 2024 | 06:45 AM

Barcelona, Espanha — Os mercados financeiros estão em alerta após os recentes ataques aéreos dos Estados Unidos e do Reino Unido contra os rebeldes Houthi no Iêmen. Os países lançaram mais de 60 ataques aéreos contra alvos Houthi no Iêmen na madrugada de sexta-feira, em uma tentativa de interromper os ataques a navios do grupo apoiado pelo Irã no Mar Vermelho.

Os houthis não se intimidaram, prometendo continuar a atacar embarcações comerciais e dizendo que expandiriam sua resposta aos ataques “muito em breve”, sem dar mais detalhes.

Essa ação militar, uma resposta direta aos atentados dos houthis contra a navegação comercial, foi justificada pelo presidente Biden como uma medida de proteção tanto para o pessoal dos EUA quanto para o livre comércio internacional. O impacto imediato desses eventos reflete-se no preço do petróleo, que volta a subir com força esta manhã, e também do ouro.

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Perigo de escalada. Embora os efeitos sobre os preços dos ativos tenham permanecido contidos até o momento, a situação geopolítica pode levar a uma escalada das tensões no Oriente Médio. Já se observa um aumento nos custos de frete devido aos ataques no Mar Vermelho, o que tem um impacto direto sobre a inflação global. Isso se soma às pressões inflacionárias mais amplas que já estão dando aos investidores motivos para análise e preocupação.

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🌊 Repercussões da geopolítica. A Tesla suspenderá a maior parte da produção de carros em sua única fábrica europeia por duas semanas devido a interrupções no fornecimento causadas por distúrbios no Mar Vermelho, informou a Reuters. A fabricante de veículos elétricos interromperá parcialmente o trabalho na fábrica de veículos utilitários esportivos Modelo Y, perto de Berlim, de 29 de janeiro a 11 de fevereiro, enquanto os fornecedores mudam as rotas de transporte.

🤼‍♂️ Inflação x Política monetária. Na frente econômica, a última leitura do IPC dos EUA surpreendeu, alimentando preocupações de que a luta contra a inflação pode ser mais difícil do que o esperado. Apesar desses números, os rendimentos reais dos títulos soberanos caíram e o mercado precifica a possibilidade de o Fed baixar os juros já em março. Isso corre apesar dos comentários da presidente do Fed de Cleveland, Loretta Mester, de que março seria “provavelmente muito cedo” para um corte nas taxas. A política monetária do Fed enfrenta uma perspectiva desafiadora e a divergência entre os preços de mercado e os pronunciamentos das autoridades do Fed nubla ainda mais o panorama.

📊 Nova safra de balanços. A temporada de lucros começa na sexta-feira, com alguns dos maiores bancos dos EUA, incluindo JPMorgan Chase & Co., Bank of America, Citigroup e Wells Fargo & Co., que devem divulgar os resultados do quarto trimestre. En cuanto a los bancos centrales, escucharemos a Philip Lane, del BCE, y a Neel Kashkari, de la Fed.

📈 O vaivém dos ativos. Os contratos futuros de índices dos EUA operavam sem direção definida. Na Europa, as bolsas trabalhavam em alta. No encerramento do mercado acionário da Ásia, os índices terminaram em direções contrárias.

O prêmio de risco do título de 10 anos dos EUA subia para 3,98%, depois de cair. Os contratos de ouro avançavam com força. Entre as divisas, iene e euro se depreciavam frente ao dólar. A libra operava estável. O petróleo subia em torno de 2,6%. E o bitcoin hoje caía.

(Com informações de Bloomberg News)

🗓️ AGENDA: Os eventos e indicadores em destaque hoje e na semana →

Os mercados esta manhã
🔘 As bolsas ontem (11/01): Dow Jones Industrials (+0,04%), S&P 500 (-0,07%), Nasdaq Composite (0,00%), Stoxx 600 (-0,77%), Ibovespa (-0,15%)
Michelly Teixeira

Jornalista com mais de 20 anos como editora e repórter. Em seus 13 anos de Espanha, trabalhou na Radio Nacional de España/RNE e colaborou com a agência REDD Intelligence. No Brasil, passou pelas redações do Valor, Agência Estado e Gazeta Mercantil. Tem um MBA em Finanças, é pós-graduada em Marketing e fez um mestrado em Digital Business na ESADE.