Bloomberg Línea — Os títulos dos países mais arriscados para se investir na América Latina comprimiram os rendimentos em 2025: o caso mais notável é o do Equador, onde o risco-país atingiu um mínimo não visto desde meados de 2019, ultrapassando 500 pontos pela primeira vez em seis anos.
Enquanto isso, na Bolívia, o bom clima financeiro após a eleição presidencial levou os instrumentos soberanos a se moverem 700 pontos acima da taxa dos EUA.
Com relação à Argentina, após o colapso do risco-país observado na última semana de outubro, o indicador caiu significativamente após as eleições legislativas, o que permitiu uma compressão com relação ao fechamento de 2025. Ela não foi tão forte quanto as mencionadas acima, uma vez que a queda importante no risco-país argentino ocorreu em 2024.
A Venezuela é um caso particular: embora seu risco-país seja o mais alto do mundo, ele vem caindo constantemente desde o início do ano, possivelmente devido às apostas dos investidores em uma mudança de regime político. Apesar disso, fechou o ano acima de 12.000 pontos e é até difícil compará-la com o restante dos países latino-americanos, já que ela rompe todas as escalas.
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No outro extremo da escala, os títulos mais seguros da região continuam sendo os do Uruguai, Chile, Peru e Paraguai, enquanto os gigantes da região, Brasil e México, estão na faixa intermediária, acima de 200 pontos, mas com os títulos ganhando terreno em relação ao ano anterior.
É assim que o risco-país encerra o ano em cada território latino-americano:
- Venezuela: 12,645
- Bolívia: 709
- Argentina: 574
- Equador: 502
- El Salvador: 328
- Colômbia: 266
- Honduras: 237
- México: 224
- Brasil: 198
- República Dominicana: 171
- Panamá: 156
- Costa Rica: 143
- Guatemala: 142
- Peru: 132
- Paraguai: 103
- Chile: 91
- Uruguai: 70
O que é risco-país e como ele é medido?
O risco-país é um indicador que reflete a percepção dos mercados financeiros sobre a capacidade e a disposição de um país de honrar o serviço de sua dívida soberana. Em termos simples, ele mede quanto mais os governos têm de pagar - em juros - para se financiar do que os Estados Unidos.
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Esse indicador é medido pelo EMBI, produzido pelo JPMorgan Chase, um dos principais bancos de investimento do mundo. O EMBI compara o rendimento dos títulos soberanos de países emergentes com o dos títulos do Tesouro dos EUA.
O cálculo é baseado no preço dos títulos soberanos negociados nos mercados internacionais. Se os preços desses títulos caírem - porque os investidores os vendem ou desconfiam deles - seu rendimento aumenta e, com isso, o risco-país aumenta.