Citi tem ganhos com cartões de crédito à medida que crescem os empréstimos

Taxas de juros mais altas e saldos de cartão maiores prepararam o terreno para um salto de 11% na receita do banco americano no 2º tri

Banco americano teve uma queda de 36% no lucro líquido no 2º tri, para US$ 2,9 bilhões
Por Jenny Surane
14 de Julho, 2023 | 12:50 PM

Bloomberg — O Citigroup (C), segundo maior emissor de cartões de crédito do mundo, está colhendo os ganhos à medida que os clientes tomam mais empréstimos – mesmo com um número crescente de pessoas tendo mais dificuldade em pagar as faturas.

Taxas de juros mais altas e saldos de cartão maiores prepararam o terreno para um salto de 11% na receita do banco nos Estados Unidos no segundo trimestre, segundo informou o banco nesta sexta-feira (14).

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O resultado atenuou o impacto de um aumento de 78% nas perdas vinculadas a empréstimos ao consumidor.

De forma geral, o Citigroup teve um ganho de US$ 1,33 por ação, superando a estimativa média dos analistas em 2 centavos de dólares.

A receita de juros e as taxas de CDI foram pontos positivos em meio à uma queda amplamente esperada nas linhas de negócios de Wall Street que forçou a empresa a reduzir sua força de trabalho.

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As despesas do banco saltaram 9%, para US$ 13,6 bilhões no trimestre, impulsionadas pelo que os executivos previram que seriam centenas de milhões de dólares em custos de rescisão pela eliminação de cerca de 1.600 empregos, incluindo banqueiros de investimento e traders.

“Em meio a um cenário macroeconômico desafiador, continuamos a ver os benefícios de nosso diversificado modelo de negócios”, disse a CEO Jane Fraser em comunicado.

Embora os clientes corporativos tenham permanecido à margem, “nossos negócios de cartões tiveram crescimento de dois dígitos devido ao forte engajamento”.

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As áreas de soluções de tesouraria e trade da empresa, que Fraser divulgou como a “joia da coroa” do Citigroup, teve um salto de receita de 15%, para US$ 3,5 bilhões.

Os serviços de valores mobiliários, que oferecem custódia e gerenciamento de garantias, também aumentaram a receita em 15%.

Lucro líquido cai 36%

A receita total caiu 1%, para US$ 19,4 bilhões, em linha com a estimativa média de US$ 19,3 bilhões dos analistas. Isso, combinado com o aumento das despesas e dos custos de crédito, contribuiu para uma queda de 36% no lucro líquido, para US$ 2,9 bilhões.

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O retorno do banco sobre o patrimônio comum tangível (ROTE, na sigla em inglês) – uma medida fundamental de lucratividade – caiu para apenas 6,4%.

Isso se compara aos 25% do rival JPMorgan (JPM) e de 13,7% do Wells Fargo, que divulgaram os resultados do segundo trimestre nesta sexta-feira.

Ainda assim, Fraser reiterou as metas de retorno de médio prazo de seu banco. O banco disse que está mirando em cerca de 11% a 12%.

Os saldos dos cartões de crédito do Citi nos Estados Unidos aumentaram para US$ 149 bilhões em relação ao ano anterior.

Os custos de crédito em toda a empresa dispararam 43%, para US$ 1,8 bilhão, impulsionados pelas baixas, já que alguns titulares de cartão pagaram com atraso, disse o banco. A empresa adicionou US$ 161 milhões em reservas, citando o crescimento desse negócio.

O Citigroup, assim como seus rivais, aguentou uma recessão no setor de investment banking no trimestre. A arrecadação dessas operações encolheu 24%, para US$ 612 milhões.

-- Com a colaboração de Peter Eichenbaum.

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