Bloomberg Línea — Novas falas de dirigentes do Federal Reserve (Fed) marcam esta terça-feira (21), com os investidores as monitorando de perto em busca de sinais que possam indicar os próximos passos do banco central dos Estados Unidos.
No Brasil, segundo o ex-diretor do Banco Central (BC), Reinaldo Le Grazie, a pressão no câmbio é causada principalmente pelo estreitamento entre as taxas de juros no Brasil e nos EUA e justifica a postura mais cautelosa adotada pelo Copom.
Por aqui, hoje também são publicados os dados da arrecadação federal de abril.
Confira a seguir cinco destaques desta terça-feira (21):
1. Cautela do BC
A pressão no câmbio é causada principalmente pelo estreitamento entre as taxas de juros no Brasil e nos EUA e justifica a postura mais cautelosa adotada pelo Banco Central em relação aos juros, segundo o ex-diretor da instituição Reinaldo Le Grazie.
A redução das apostas no corte da Selic, reforçada pela ata do Copom, começou a se desenhar quando o Fed passou a sinalizar que o corte da sua taxa demorará mais que o previsto, disse Le Grazie, que é sócio da Panamby Capital, em entrevista à Bloomberg News. “O BC é sensível a isso, pois afeta o fluxo de capitais”, afirmou.
O mercado projeta agora apenas chances marginais de um último corte da taxa Selic, para 10,25%, depois que o Copom retirou a sinalização futura de novas reduções da taxa e reforçou o tom de cautela com o cenário externo, a desancoragem das expectativas de inflação e a política fiscal.
O dólar chegou a se aproximar de R$ 5,30 um mês atrás, no maior nível em mais de um ano, com fala do presidente do Fed, Jerome Powell, sobre falta de progresso no controle inflação, aliada ao receio de piora fiscal no Brasil. A pressão diminuiu desde então mas ainda assim o real segue como a segunda pior moeda latino americana neste ano, à frente apenas do peso argentino.
2. Fed “deve fazer mais”
O Federal Reserve precisa fazer mais para resolver questões que impedem os bancos dos EUA de utilizar um importante mecanismo de empréstimo de emergência.
Essa é a mensagem de atuais e ex-banqueiros centrais e especialistas, que fizeram algumas observações críticas sobre os esforços do Fed para reformular o programa de apoio, durante uma conferência do Federal Reserve Bank de Atlanta na segunda-feira.
“A janela de desconto é uma ferramenta de estabilidade financeira altamente estigmatizada,” disse Susan McLaughlin, veterana de 30 anos do Fed de Nova York, como parte de uma discussão em painel. McLaughlin, que supervisionou as operações do mecanismo durante a crise financeira, disse que, embora o banco central esteja tentando tomar medidas para tornar o apoio mais eficaz, “acho que podemos ir mais longe.”
Formuladores de políticas e reguladores do Fed querem que os bancos se sintam mais à vontade para usar a janela de desconto regularmente, para garantir que possam responder rapidamente em caso de um choque financeiro, como uma corrida por resgates.
No entanto, os bancos têm relutado em recorrer ao apoio por medo de que isso seja percebido como um sinal de fraqueza ou desespero.
3. Mercados
Os mercados de ações globais recuam nesta terça-feira, antes dos resultados da Nvidia, referência em inteligência artificial, e uma série de discursos de formuladores de políticas monetárias do Federal Reserve.
O índice Stoxx 600 caía 0,5% por volta das 8h30 (horário de Brasília), enquanto os futuros do S&P 500 e do Nasdaq 100 operavam próximos da estabilidade.
4. Manchetes dos principais jornais
Estado de S. Paulo: TSE retoma julgamento de ações que pedem cassação de Moro em clima favorável para senador
Folha de S. Paulo: Alagada, maior rodovia do Brasil vive estrangulamento no RS e tem duplicação questionada
O Globo: Malu Gaspar: Magda Chambriard assumirá o comando da Petrobras nesta sexta-feira
Valor Econômico: Mercado de crédito privado deslancha com mais emissores e aumento de liquidez
5. Agenda
Brasil:
- 10h30: Receita Tributária Federal;
Estados Unidos:
- 10h: Discurso de Waller, membro do Fed;
- 10h05: Discurso de Williams, membro do Fomc;
- 10h10: Discurso de Bostic, membro do Fomc;
- 12h45: Discurso de Barr, vice-presidente de Supervisão do Fed;
- 17h30: Estoques de Petróleo Bruto Semanal;
- 20h: Discurso de Bostic, membro do Fomc;
- 20h: Discurso de Mester, membro do Fomc;
Japão:
- 20h50: Balança Comercial Ajustada;
- 20h50: Exportações;
- 20h50: Balança Comercial;
-- Com informações da Bloomberg News.
