Cinco coisas que você precisa saber para começar esta terça-feira, 16 de abril

Investidores seguem de olho em sinais sobre cortes nas taxas de juros dos EUA e da zona do euro; no Brasil, Vale está no radar

Banco Central; Copom
16 de Abril, 2024 | 08:50 AM

Bloomberg Línea — Os investidores ficam de olho nesta terça-feira (16) em uma série em eventos como as falas do presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, e o relatório de produção e vendas da Vale (VALE3). O balanço completo da mineradora está agendado para o dia 24 deste mês.

A divulgação do Produto Interno Bruto (PIB) da China também está no radar. O indicador teve crescimento de 5,3% no primeiro trimestre, acelerando ligeiramente em relação ao trimestre anterior e superando as estimativas.

Na Europa, Olli Rehn, membro do Conselho Governativo do Banco Central Europeu, avalia que a inflação mais lenta deixa a porta aberta para o Banco Central Europeu começar a baixar as taxas de juros neste verão do hemisfério norte, embora questões geopolíticas ainda possam atrapalhar tais planos.

Se as novas projeções para a inflação, as pressões subjacentes e a força da transmissão da política monetária aumentarem a confiança de que a meta de 2% de inflação do BCE está se aproximando de forma sustentável, os custos de empréstimos podem ser reduzidos na reunião de política de junho, disse Rehn nesta terça-feira em Helsinque.

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Destaque ainda para o relatório Focus, divulgado pelo Banco Central (BC), que mostrou alterações em todas as projeções para 2024.

Confira a seguir cinco destaques desta terça-feira (16):

1. Relatório Focus

Os economistas consultados pelo relatório Focus revisaram suas projeções para todos os indicadores econômicos em 2024.

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Agora, a expectativa é de alta de 3,71% para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) este ano, abaixo dos 3,76% estimados no levantamento anterior.

Para o PIB, a estimativa subiu de 1,90% para crescimento de 1,95% da atividade brasileira. Já para o câmbio, as estimativas são de R$ 4,97, ante R$ 4,95 anteriormente.

O mercado também vê uma Selic mais alta no fim do ano: as projeções subiram de 9,00% para uma taxa de 9,13% em dezembro.

2. PIB da China

A China reportou um crescimento econômico mais forte do que o esperado no primeiro trimestre - juntamente com alguns números que sugerem que as coisas estão prestes a ficar mais difíceis no restante do ano.

O Produto Interno Bruto teve expansão de 5,3% no período, acelerando ligeiramente em relação ao trimestre anterior e superando as estimativas. Grande parte do impulso, contudo, veio nos primeiros dois meses do ano.

Em março, o crescimento das vendas no varejo caiu e a produção industrial ficou aquém das previsões, sugerindo desafios no horizonte.

“Os investidores podem achar difícil de serem convencidos pelo forte crescimento do PIB em meio aos dados mistos de março”, disse Xiaojia Zhi, economista-chefe da China do Credit Agricole.

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“Também pode haver preocupações de que, se o crescimento do PIB permanecer acima de 5% como os dados sugerem, os formuladores de políticas monetárias estariam bastante confortáveis e não sentiriam pressão para afrouxar ainda mais suas políticas.”

3. Mercados

Um selloff em Wall Street se espalhou globalmente enquanto os investidores lidam com a ameaça de taxas de juros mais altas por mais tempo, uma economia lenta da China e um contra-ataque de Israel.

Por volta das 8h45 (horário de Brasília), o índice europeu Stoxx 600 cedia 1,23%, enquanto os futuros de ações dos EUA têm leves ganhos.

Uma pesquisa recente do Bank of America (BAC) com gestores mostrou nesta terça uma alocação de fundos em ações atingindo o maior nível em mais de dois anos.

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Os traders não estão mais precificando totalmente um corte de juros do Fed antes de novembro, enquanto os estrategistas do UBS (UBS) alertaram que os formuladores de políticas monetárias dos EUA podem iniciar um ciclo de aumento das taxas.

4. Manchetes dos principais jornais

Estado de S. Paulo: Governo aposta em alta do PIB para manter dívida controlada a partir de 2027, depois do mandato atual

Folha de S. Paulo: Barroso se indispõe com Moraes e Gilmar e corre risco de se isolar no STF

O Globo: Congresso prepara sessão que deve impor derrotas a Lula, e ala do governo tenta adiamento

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Valor Econômico: Governo muda meta e abala confiança fiscal

5. Agenda

Estados Unidos:

  • 9h30: Construção de Novas Casas;
  • 10h15: Produção Industrial;
  • 13h30: Discurso de John Williams, membro do Fomc;
  • 14h15: Atlanta Fed GDPNow;
  • 14h15: Discurso de Jerome Powell, Presidente do Fed;
  • 17h30: Estoques de Petróleo Bruto Semanal;

Japão:

  • 20h50: Exportações;
  • 20h50: Balança Comercial;

-- Com informações da Bloomberg News

Tamires Vitorio

Jornalista formada pela FAPCOM, com experiência em mercados, economia, negócios e tecnologia. Foi repórter da EXAME e CNN e editora no Money Times.