Cinco coisas que você precisa saber para começar esta sexta-feira, 7 de junho

Investidores nesta sexta-feira (7) ficam de olho na divulgação do payroll de maio, que pode reforçar apostas do mercado em cortes de juros nos EUA antes do fim do ano

Estrada em Los Angeles: investidores buscam novas informações do mercado de trabalho nos EUA (Foto: Eric Thayer/Bloomberg)
07 de Junho, 2024 | 08:27 AM

Bloomberg Línea — Investidores ficam de olho nesta sexta-feira (7) na publicação do relatório de empregos (payroll) dos Estados Unidos em maio, que será divulgado às 9h30 no horário de Brasília.

Os dados podem reforçar a percepção de esfriamento do mercado de trabalho e alimentar as expectativas de cortes de juros pelo Federal Reserve (Fed). Para estrategistas do Bank of America (BAC), no entanto, em novo relatório, um eventual corte nas taxas poderia sinalizar que o banco central identifica problemas na economia, com efeitos adversos sobre a confiança do mercado.

Na zona do euro, autoridades do Banco Central Europeu (BCE) emitiram opiniões cautelosas sobre novos cortes nos juros, em linha com o recado dado na véspera junto com a redução nas taxas.

Também na Europa, dados divulgados hoje mostraram que o Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 0,3% no primeiro trimestre — um resultado que superou as expectativas da maioria dos analistas. O avanço pôs fim à contração que o bloco sofreu no último trimestre de 2023. Revisões dos dados para o terceiro trimestre significam que a região não experimentou uma recessão afinal.

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Confira a seguir cinco destaques desta sexta-feira (7):

1. Payroll

Investidores, analistas e economistas esperam que o relatório de emprego dos EUA para maio forneça novas evidências de que o mercado de trabalho está gradualmente esfriando, mesmo com a projetada recuperação das contratações em comparação com abril.

Os números, que serão publicados pelo Bureau of Labor Statistics, devem mostrar que os empregadores aumentaram as vagas nas folhas de pagamento em 180.000 no mês passado, de acordo com a estimativa mediana de uma pesquisa da Bloomberg.

Os ganhos médios por hora provavelmente avançaram 3,9% em 12 meses, o que corresponderia à taxa de abril, quando o crescimento dos salários atingiu seu ponto mais baixo em quase três anos.

Se as previsões se confirmarem, o relatório reforçaria a visão, apoiada por uma ampla gama de dados recentes, de que a economia dos EUA está desacelerando em relação ao ritmo robusto de crescimento visto no ano passado, mas não o suficiente para que os formuladores de política monetária do Federal Reserve se sintam apressados a considerar cortes nas taxas de juros.

2. Mais cortes na Zona do Euro?

Diferentes autoridades do Banco Central Europeu, como Isabel Schnabel, ofereceram visões cautelosas sobre novos cortes nas taxas de juros em um momento em que as pressões salariais se mostram persistentes - um deles até levantou a possibilidade de que outro movimento não se materialize.

Um dia depois de o Conselho de Governadores do BCE cumprir sua sinalização de reduzir as taxas, mas revelar uma previsão de inflação ao consumidor que deixou os investidores questionando qual será o próximo passo da política, dados mostraram um aumento acelerado dos salários. E os integrantes do conselho sinalizaram que agora estão de volta a uma fase de observação.

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“O banco central precisa tomar suas decisões de forma bastante cautelosa e não se apressar demais em cortar a taxa de juros”, disse Madis Muller, da Estônia, à rádio Aripaev na sexta-feira, enquanto seu colega irlandês, Gabriel Makhlouf, disse que os formuladores de política monetária não sabem “com que rapidez vamos continuar, ou se é que vamos”.

As observações ressaltam como a repercussão de um movimento ousado para desviar a política monetária da zona do euro do caminho do Federal Reserve dos EUA deixou o BCE em um clima hesitante e cauteloso sobre seu próximo passo.

3. Mercados

Um rali global de ações perdeu força antes de dados cruciais de emprego nos EUA que podem consolidar apostas sobre quando o Federal Reserve começará a aliviar a política monetária.

O índice Stoxx 600 da Europa recuava perto de 0,40% mais cedo, afastando-se dos recordes atingidos nesta semana, em que o Banco Central Europeu deu início ao seu ciclo de flexibilização da política.

Enquanto as ações de tecnologia subiram, as de imóveis e seguros foram as que mais recuaram, dado o sinal do BCE de que não apressará cortes adicionais nas taxas. Os contratos futuros dos EUA ficaram estáveis, com ganhos modestos no pré-mercado para empresas como Nvidia (NVDA) e Micron Technology, enquanto as chamadas “meme stocks”, a GameStop e a AMC, estenderam seu rali.

Os mercados de swap estão precificando 100% de chance de corte na taxa do Fed até novembro, com uma forte probabilidade de um em setembro.

Os rendimentos dos títulos subiram ligeiramente, enquanto o índice do dólar da Bloomberg diminuiu.

4. Manchetes dos principais jornais

Estado de S. Paulo: Governo corta R$ 5,7 bi e atinge Farmácia Popular, Auxílio Gás, PF, Exército e obras em rodovias

Folha de S. Paulo: Alta de gastos e juro maior levam déficit nominal do Brasil ao maior patamar desde 2021

Valor Econômico: Setor extrativo segura exportação e ajuda em novo superávit recorde da balança comercial

O Globo: Proposto por petista, resgatado por Lira: entenda projeto antidelação que pretende livrar Bolsonaro

5. Agenda

Estados Unidos:

  • 9h30: Salário médio por hora
  • 9h30: Ganho médio por hora trabalhada
  • 9h30: Relatório de emprego (Payroll) não-agrícola
  • 9h30: Taxa de desemprego
  • 14h: Atlanta Fed GDPNow
  • 16h30: Petróleo - Posições líquidas de traders no relatório da CFTC

Brasil:

  • 11h: Produção e vendas de Veículos em maio

Zona do Euro:

  • 11h15: Discurso de Christine Lagarde, presidente do BCE

-- Com informações da Bloomberg News.

Tamires Vitorio

Jornalista formada pela FAPCOM, com experiência em mercados, economia, negócios e tecnologia. Foi repórter da EXAME e CNN e editora no Money Times.