Bloomberg Línea — Os investidores reagem nesta sexta-feira (17) à inflação da zona do euro e a um pacote para resgatar o mercado imobiliário na China.
No radar, também seguem as falas de dirigentes do Federal Reserve (Fed), com os traders buscando sinais sobre quais serão os próximos passos em relação à política monetária dos Estados Unidos.
Confira a seguir cinco destaques desta sexta-feira (17):
1. Juros na zona do euro
Isabel Schnabel, membro do Conselho Executivo do Banco Central Europeu, alertou contra cortes consecutivos nas taxas de juros em junho e julho.
“Com base nos dados atuais, um corte na taxa em julho não parece justificado”, disse ela ao jornal Nikkei em comentários publicados nesta sexta-feira. “Devemos analisar os dados com muito cuidado, porque há o risco de afrouxar prematuramente.”
À medida que a inflação na zona do euro se aproxima da meta de 2%, os funcionários do BCE concordam com uma redução inicial na taxa no próximo mês, mas têm sido cautelosos em discutir o que acontecerá depois disso.
As declarações de Schnabel são o sinal mais claro até agora de que os formuladores de políticas monetárias ainda preocupados com o rápido crescimento dos salários e ameaças geopolíticas farão uma pausa na reunião seguinte.
Os mercados de swaps reduziram ligeiramente as apostas de cortes nas taxas. No entanto, os traders ainda mantêm uma forte convicção para reduções de 0,25 ponto percentual em junho, setembro e dezembro, o que reduziria a taxa para 3,25% em relação ao atual nível máximo de 4%.
2. Crise imobiliária na China
O governo de Xi Jinping anunciou sua tentativa mais contundente até agora de resgatar o conturbado mercado imobiliário chinês, flexibilizando as regras de hipoteca e exigindo que os governos locais comprem casas não vendidas, à medida que as autoridades se mostram cada vez mais preocupadas com o impacto do setor no crescimento econômico.
O pacote de auxílio também inclui requisitos mais baixos de entrada para compradores de imóveis e 300 bilhões de yuans (US$ 42 bilhões) em financiamento do banco central para ajudar empresas apoiadas pelo governo a comprar o excesso de inventário dos desenvolvedores. Essas propriedades seriam então convertidas em habitação acessível.
Enquanto os investidores em ações comemoram a notícia — fazendo um índice de ações de construtoras subir quase 10% nesta sexta-feira — ainda não está claro se o plano para conter a crise imobiliária será bem-sucedido.
O financiamento anunciado pelo banco central da China é apenas uma fração do que alguns analistas dizem ser necessário para resolver o desequilíbrio entre oferta e demanda no setor habitacional, e muitos possíveis compradores estão esperando que os preços caiam ainda mais antes de entrarem no mercado.
3. Mercados
As ações europeias recuam ainda mais dos níveis recordes desta semana, à medida que as apostas reduzidas de afrouxamento da política monetária do Federal Reserve levaram a um sentimento de aversão ao risco.
O índice Stoxx 600 caía 0,4% por volta das 8h30 (horário de Brasília), pressionado por setores sensíveis a juros, como tecnologia e imóveis. Já os contratos futuros dos EUA operavam estáveis após recuarem dos recordes históricos na sessão anterior.
A cautela geral desta sexta-feira (17) refletiu uma reavaliação das expectativas de cortes de taxas nos EUA para apenas uma redução em 2024.
Vários formuladores de políticas do Fed disseram que o banco central americano deve manter os custos de empréstimos mais altos por mais tempo, enquanto aguardam mais evidências de que a inflação está diminuindo.
4. Manchetes dos principais jornais
Estado de S. Paulo: Eliane Cantanhêde: ‘Mão de Lula na Petrobras traz de volta fantasmas do PT: Abreu e Lima, Venezuela’
Folha de S. Paulo: Brasil supera candidatura europeia e vai receber Copa do Mundo feminina de 2027
O Globo: Burocracia trava recursos federais ao RS, prefeitos cobram e Planalto tenta simplificar exigências
Valor Econômico: Polishop pede recuperação judicial, após tentar acordo com credores
5. Agenda
Estados Unidos:
- 11h15: Discurso de Christopher Waller, membro do Fed;
- 13h15: Discurso de Mary Daly, Membro do Fomc;
- 14h: Contagem Total de Sondas dos EUA por Baker Hughes;
- 16h30: Petróleo - Posições líquidas de especuladores no relatório da CFTC;
- 16h30: Ouro - Posições líquidas de especuladores no relatório da CFTC;
- 16h30: Nasdaq 100 - Posições líquidas de especuladores no relatório da CFTC;
- 16h30: S&P 500 - Posições líquidas de especuladores no relatório da CFTC;
Brasil:
- 16h30: BRL – Posições líquidas de especuladores no relatório da CFTC;
Japão:
- 16h30: JPY - Posições líquidas de especuladores no relatório da CFTC;
Zona do Euro:
- 16h30: EUR - Posições líquidas de especuladores no relatório da CFTC;
-- Com informações da Bloomberg News.
