Cinco coisas que você precisa saber para começar esta segunda-feira, 6 de maio

Os investidores se preparam para uma semana movimentada, com decisão do Copom e IPCA de abril; nos EUA, a agenda é mais esvaziada

Nos EUA, investidores deverão monitorar falas de membros do Fed nos próximos dias
06 de Maio, 2024 | 08:45 AM

Bloomberg Línea — Os investidores se preparam nesta segunda-feira (6) para uma semana repleta de eventos e indicadores econômicos. A começar pela decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) na quarta-feira (8).

Dois dias após a decisão de juros, o mercado brasileiro reagirá ao resultado oficial da inflação de abril, que testará o humor dos investidores depois do resultado benigno do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA-15) do mesmo mês.

Nos Estados Unidos, a agenda é mais esvaziada de indicadores, depois do payroll abaixo do esperado na sexta, que levou o mercado a antecipar as apostas em corte dos juros do Federal Reserve (Fed).

No entanto, o mercado terá de monitorar as falas de vários dirigentes do Fed, como Lisa Cook e Neel Kashkari, nas próximas sessões.

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Na China, estão previstos indicadores de inflação e balança comercial. Além disso, o Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês) decide a sua taxa de juros.

No cenário político, o Congresso adiou para a próxima quinta-feira (9) a votação de vetos do presidente Lula a propostas aprovadas pelos parlamentares. Entre os vetos possíveis de serem analisados estão um sobre emendas parlamentares e outro sobre a lei de saída temporária dos presos.

A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) vota na terça-feira o projeto que cria um novo seguro obrigatório para veículos — semelhante ao antigo DPVAT. O texto também aumenta em R$ 15,7 bilhões o limite para despesas da União, segundo a Agência Senado.

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Confira a seguir cinco destaques desta segunda-feira (6):

1. Cautela com emergentes

Um colapso em abril nos títulos e moedas de mercados emergentes fez com que alguns otimistas adotassem uma visão negativa sobre as perspectivas para a classe de ativos.

Títulos soberanos de emergentes caíram ao seu nível mais baixo em sete meses, enquanto um indicador de moedas atingiu o valor mais baixo desde novembro, à medida que temores de taxas de juros americanas mais altas por mais tempo e tensões geopolíticas crescentes afetaram o apetite por risco no mês passado.

Embora os ativos tenham se recuperado no início de maio, muitos gestores de fundos de investimento estão reconsiderando seu otimismo após o selloff do mês passado.

O Societe Generale vê o risco de estagflação nos EUA causando mais danos às moedas de mercados emergentes e a títulos de curto prazo. A empresa de investimentos Mackay Shields, por sua vez, afirma que o fortalecimento do dólar e a reprecificação das expectativas de taxas do Federal Reserve estão minando as esperanças de mais ganhos este ano.

2. Economia da zona do euro

A economia da zona do euro aguarda um voto de confiança retumbante de seus próprios consumidores para que seu tão aguardado retorno finalmente ganhe forma.

Com o emprego em níveis recordes, salários subindo acentuadamente e a inflação não muito longe dos 2%, as condições estão favoráveis para que as pessoas saiam e gastem.

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Pesquisas empresariais começaram a oferecer um pouco de esperança, e no terreno, Kaweh Nemati, um empresário do setor de varejo em Frankfurt, acha que é apenas uma questão de tempo até que os consumidores retornem em grande número.

A retomada econômica em 2024 representa a melhor chance para a zona do euro de encerrar anos de perturbação, desde a pandemia até a crise do custo de vida que se seguiu. E com a manufatura ainda lenta, os formuladores de políticas estão contando com o gasto das famílias para impulsionar o crescimento.

Até agora, as evidências sugerem que isso realmente não aconteceu no primeiro trimestre. Embora dados da semana passada tenham mostrado que a região saiu da recessão e todas as quatro maiores economias da zona do euro cresceram mais do que o esperado, o quadro do consumo foi misto, com tanto a Alemanha quanto a Itália ainda sofrendo com uma fraca demanda doméstica.

3. Mercados

As ações avançam nesta manhã, com os futuros do S&P 500 sinalizando uma abertura positiva para Wall Street, à medida que os traders ficam mais confiantes na probabilidade de o Federal Reserve cortar as taxas de juros este ano.

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Os papéis da Apple (AAPL) recuavam antes da abertura dos mercados em Nova York após a Berkshire Hathaway (BRK/A), de Warren Buffett, reduzir sua participação. Os rendimentos dos títulos alemães de 10 anos caíram e o iene enfraqueceu. O petróleo avançou depois que a Arábia Saudita aumentou os preços para clientes na Ásia.

Com um calendário econômico mais leve nos EUA nesta semana, a direção do mercado pode vir de falas de autoridades de bancos centrais, bem como de reuniões de política monetária no Reino Unido, Brasil, Austrália e Suécia.

Na Ásia, as ações chinesas lideraram os ganhos à medida que os mercados do continente retomaram a atividade após uma pausa para o feriado. O índice CSI 300 subiu até 1,8%, enquanto as ações em Hong Kong fizeram uma pausa após uma sequência de nove dias de ganhos.

4. Manchetes dos principais jornais

Estado de S. Paulo: Governo Lula reconhece calamidade em 336 cidades do Rio Grande do Sul; chuva afeta 2/3 do Estado

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Folha de S. Paulo: Governo reconhece calamidade pública em 336 cidades do RS

O Globo: Depois da chuva, o frio: com 78 mortos, Rio Grande do Sul enfrentará queda de temperaturas

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Valor Econômico: Três Poderes articulam ações de socorro a vítimas no Rio Grande do Sul

5. Agenda

Brasil:

  • 10h: PMI Composto S&P Global;
  • 10h: PMI do Setor de Serviços S&P Global;
  • 11h: Balança Comercial;

Estados Unidos:

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  • 14h: Discurso de John Williams, membro do Fomc;

Japão:

  • 21h30: PMI do Setor de Serviços

-- Com informações da Bloomberg News.

Tamires Vitorio

Jornalista formada pela FAPCOM, com experiência em mercados, economia, negócios e tecnologia. Foi repórter da EXAME e CNN e editora no Money Times.