Bloomberg Línea — Os investidores continuam a monitorar nesta segunda-feira (17) as eleições na França e as decisões sobre os juros que serão tomadas nesta semana, caso do Brasil na quarta-feira (19).
As ações francesas recuperaram algumas perdas e os títulos se estabilizaram enquanto os traders avaliam as afirmações da líder de extrema-direita, Marine Le Pen, de que trabalharia com o presidente Emmanuel Macron caso prevaleça nas eleições nacionais no final deste mês.
Na China, a crise imobiliária se aprofundou em maio, desencadeando novos apelos para que o governo injete dinheiro e crédito na economia, enquanto a produção industrial — que tem mantido o crescimento nos trilhos — ficou aquém das previsões.
Destaque também para o relatório Focus, do Banco Central (BC), que prevê uma taxa Selic mais alta em dezembro e em 2025.
Confira a seguir cinco destaques desta segunda-feira (17):
1. Relatório Focus
O relatório Focus do Banco Central (BC) trouxe uma revisão para cima nas expectativas para a taxa Selic em dezembro e em 2025, mostrando que o Banco Central pode ter encerrado seu ciclo de cortes de juros este ano.
Em um contexto de aumento nas expectativas para a inflação e depreciação do real, os economistas consultados pela autoridade monetária veem agora uma taxa básica de 10,50% ao fim deste ano e de 9,50% em 2025, ante projeções anteriores de 10,25% e 9,25% ao ano, respectivamente.
Para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a estimativa agora é a de alta de 3,96% em 2024, ante 3,90% no relatório anterior. Para 2025, as apostas subiram de 3,78% para 3,80%.
Com relação ao Produto Interno Bruto (PIB), os economistas veem crescimento de 2,08% este ano, ante projeção anterior de expansão de 2,09%.
Por fim, para o câmbio, a previsão é de que o dólar feche este ano a R$ 5,13, ante R$ 5,05 no levantamento anterior.
2. Le Pen e Macron
A líder da extrema-direita, Marine Le Pen, disse que não tentará afastar o presidente Emmanuel Macron se vencer a eleição parlamentar antecipada na França, em um apelo a moderados e investidores. “Eu respeito as instituições e não quero um caos institucional”, disse Le Pen ao jornal Le Figaro. “Haverá uma coabitação.”
Le Pen está buscando alcançar eleitores tradicionais enquanto tenta consolidar uma maioria no próximo parlamento, um resultado que constituiria um “terremoto” na política europeia. Seu grupo, o Rally Nacional, já está no caminho para se tornar o maior partido na Câmara baixa, uma perspectiva que tem causado alarme entre investidores, parceiros internacionais da França e uma parte do público francês.
Dezenas de milhares de manifestantes saíram às ruas em toda a França no sábado para se opor às posições de Le Pen sobre direitos humanos, meio ambiente e economia. Os mercados financeiros também despencaram desde que Macron dissolveu a Assembleia Nacional há uma semana, com cerca de US$ 210 bilhões eliminados do valor das ações francesas.
3. Mercados
Uma forte selloff de ações e títulos europeus foi interrompido nesta segunda-feira (17) após garantias da líder da extrema-direita francesa, Marine Le Pen, de que ela respeitará as instituições políticas se vencer a próxima eleição parlamentar antecipada.
O mercado de ações de Paris subiu até 1%, após queda de 6,2% na semana passada que eliminou mais de US$ 200 bilhões de seu valor.
O índice Stoxx 600, da Europa, operava perto da estabilidade por volta das 8h50 (horário de Brasília), enquanto os futuros de ações dos EUA apresentaram oscilavam.
As atenções dos investidores se voltam nesta semana para as taxas de juros pelo mundo, com decisões de política monetária no Brasil, na Inglaterra, na Austrália e na Noruega.
4. Manchetes dos principais jornais
Estado de S. Paulo: Lula se reúne com ministros de conselho orçamentário em meio a pressão por revisão de gastos
Folha de S. Paulo: Produtividade trava crescimento, e nível brasileiro equivale a 1/4 do americano
Valor Econômico: Mercado espera que Copom encerro ciclo de cortes na taxa de juro Selic
O Globo: Após repercussão negativa, bancada evangélica admite adiar votação do PL do aborto na Câmara
5. Agenda
Zona do Euro:
- 8h30: Discurso de Luis de Guindos, do BCE;
Estados Unidos:
- 09h30: Índice Empire State de Atividade Industrial;
- 13h: Discurso de John Williams, membro do Fomc;
- 14h: Discurso de Patrick Harker, membro do Fomc;
-- Com informações da Bloomberg News.
