Bloomberg Línea — A semana que começa será decisiva para investidores em todo o mundo, com decisões sobre os juros nos Estados Unidos, no Japão, no Reino Unido e no Brasil.
Na quarta-feira, uma Superquarta, o Banco Central do Brasil (BC) e o Federal Reserve (Fed) anunciam suas decisões sobre as taxas de juros. Na quinta-feira, é a vez do Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês); e, na sexta, do Banco do Japão (BoJ).
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Confira a seguir cinco destaques desta segunda-feira (16):
1. Relatório Focus
O relatório Focus desta semana voltou a apresentar, pela nona semana seguida, uma revisão para cima nas projeções de economistas do mercado para a inflação neste ano.
Os economistas consultados pela autoridade monetária veem agora alta de 4,35% do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2024, acima dos 4,30% projetados anteriormente.
A estimativa para o crescimento do PIB em 2024 também aumentou, de 2,68% para 2,96%.
Já para o câmbio, os economistas continuam a ver o dólar a R$ 5,35 ao fim do ano. As projeções para a Selic também se mantiveram as mesmas, de 11,25% ao ano em dezembro, ante o patamar atual de 10,50%.
2. Posição defensiva na bolsa
Os investidores no mercado de ações estão adotando uma postura defensiva antes da tão esperada reunião do Federal Reserve, com uma mudança em direção a setores tradicionalmente mais seguros, mesmo com o sentimento se inclinando para um corte maior na taxa de juros pelo banco central.
O skew de opções do S&P 500 — que mede o quão caro é proteger carteiras de ações — ainda está acima do nível de antes da queda no início de agosto, mesmo com as ações muito próximas de suas máximas históricas. Isso ocorre porque os traders estão se protegendo contra riscos de queda.
Embora seja amplamente esperado que o Fed reduza as taxas de juros na quarta-feira pela primeira vez desde o auge da pandemia, a grande questão é de quanto será o corte.
Após preocupações com uma desaceleração econômica que causaram uma queda nos mercados globais no início de agosto, os traders aumentaram sua exposição a níveis acima da média em setores considerados defensivos do mercado, como utilities, bens de consumo básico e imóveis, de acordo com dados compilados pelo Deutsche Bank.
Enquanto isso, a exposição ao setor de tecnologia caiu significativamente, passando de um nível acima da faixa histórica em julho para apenas modestamente acima da média agora.
3. Mercados
O dólar se enfraqueceu e os títulos do Tesouro americano subiram à medida que investidores se preparam para que o Federal Reserve reduza as taxas de juros, com o mercado dividido sobre o tamanho do corte desta semana.
O índice do dólar da Bloomberg caiu para o nível mais baixo em mais de oito meses, enquanto as expectativas de uma redução no diferencial de taxas entre os EUA e o Japão impulsionaram o iene para o nível mais alto desde julho de 2023.
Os Treasuries prolongaram seus ganhos, com o rendimento da nota de dois anos, mais sensível à política monetária, em queda para para o nível mais baixo desde setembro de 2022.
As ações começaram uma semana crucial com movimentos contidos, já que o índice de referência Stoxx 600 da Europa e os futuros das ações dos EUA mantiveram-se em faixas estreitas. Houve pouca reação nos mercados à notícia de uma segunda tentativa de assassinato contra o ex-presidente Donald Trump.
4. Manchetes dos principais jornais
Estado de S. Paulo: FBI investiga nova tentativa de assassinato de Trump em clube de golfe na Flórida
Folha de S. Paulo: Em debate para a prefeitura de SP, Datena joga uma cadeira em Marçal
Valor Econômico: Na política de revisão de gastos públicos, área econômica avalia mudar seguro-desemprego
O Globo: Beneficiários do Bolsa Família ficam com 56% das vagas formais
5. Agenda
Zona do Euro:
- 9h: Pronunciamento de Philip Lane, do BCE
Estados Unidos:
- 9h30: Índice Empire State de Atividade Industrial.
-- Com informações da Bloomberg News.