Bloomberg Línea — Os investidores ficam de olho nesta segunda-feira (15) nos possíveis efeitos que o conflito entre Israel e Irã pode ter nos mercados.
Os contratos futuros de petróleo não chegaram a ser afetados pelo ataque do Irã a Israel, com os traders atribuindo a falta de movimento significativo nos preços à ideia de que o ataque foi anunciado antecipadamente, e às expectativas de que o conflito permanecerá contido.
No cenário corporativo, a Tesla (TSLA) “reduzirá o número de funcionários global em mais de 10%”, escreveu Elon Musk em um e-mail para a equipe, enquanto a montadora enfrenta uma desaceleração na demanda por veículos elétricos.
Confira a seguir cinco destaques desta segunda-feira (15):
1. Irã x Israel e o petróleo
O petróleo ignorou o ataque do Irã a Israel, com os preços recuando devido à especulação de que o conflito permanecerá contido.
O petróleo tipo Brent caiu até 1,4% em Londres, voltando a ser negociado abaixo de US$ 90. Mais de 300 mísseis e drones foram disparados pelo Irã durante o fim de semana, sendo a primeira vez que atingiu Israel a partir de seu território, embora a maioria tenha sido interceptada.
A missão do Irã nas Nações Unidas afirmou considerar o assunto concluído, enquanto o Ministério das Relações Exteriores iraniano acrescentou que não deseja aumentar as tensões no Oriente Médio.
O petróleo tem sido um dos ativos mais fortes no mercado de commodities este ano, à medida que a Opep+ mantém um controle rigoroso sobre o fornecimento para reduzir os estoques e apoiar os preços.
As tensões renovadas adicionaram ainda mais ímpeto ao petróleo nas últimas semanas, enquanto os traders se preparavam para o ataque do fim de semana. Embora uma pequena parte dessa pressão tenha diminuído nesta segunda, ainda existem riscos mais amplos para os preços a longo prazo se as tensões permanecerem elevadas.
2. Para onde vão os juros?
O auge das taxas de juros globais já passou, mas o alívio para a economia mundial pode ser limitado, já que os formuladores de políticas monetárias permanecem cautelosos diante da ameaça da inflação.
Essa é a tendência dominante este ano em 23 dos principais bancos centrais monitorados pela Bloomberg. Todos, exceto três, são vistos como propensos a reduzir as taxas, mas o ritmo de flexibilização para muitos deles parece cada vez menos provável de refletir a velocidade agressiva com que o aperto monetário se estabeleceu inicialmente.
Mesmo que as preocupações renovadas com a inflação nos EUA se provem infundadas o suficiente para que o Federal Reserve possa iniciar cortes de taxa, o controle da política monetária sobre o mundo não ficará tão flexível, de acordo com o time de economia da Bloomberg.
3. Mercados
Os mercados globais se acalmaram nesta segunda-feira (15), com os traders especulando que os esforços diplomáticos ajudarão a evitar que o conflito entre Irã e Israel se intensifique.
As ações europeias tinham leves ganhos por volta das 7h (horário de Brasília) e os índices futuros de ações dos Estados Unidos sinalizavam uma recuperação em Wall Street após a queda de 1,5% do S&P 500 na sexta-feira (12).
Os títulos do Tesouro americano caíram junto com o dólar. Já o petróleo tipo WTI caiu abaixo de US$ 85 o barril, enquanto o ouro avançou para US$ 2.350 a onça.
Embora os nervos ainda estejam à flor da pele devido à possibilidade de Israel retaliar após o Irã disparar uma série de mísseis e drones durante o fim de semana, os investidores se sentem um pouco mais tranquilizados depois que a missão iraniana das Nações Unidas afirmou que a questão “pode ser considerada como concluída”.
4. Manchetes dos principais jornais
Estado de S. Paulo: Gasolina mais cara, juros e fuga de capital: os possíveis impactos econômicos do ataque do Irã a Israel
Folha de S. Paulo: Reunião do Conselho de Segurança da ONU sobre Irã-Israel termina sem acordo
O Globo: Crise Irã x Israel pode levar barril de petróleo a US$ 100 e pressionar reajuste de combustíveis
Valor Econômico: Crise Irã x Israel preocupa, mas efeito sobre petróleo será limitado
5. Agenda
Estados Unidos:
- 9h30: Discurso de John Williams, membro do Fomc;
- 9h30: Índice Empire State de Atividade Industrial;
- 9h30: Vendas no Varejo;
- 11h: Estoques das Empresas;
- 11h: Nível de Estoques do Varejo excluindo Automóveis;
- 15h: Atlanta Fed GDPNow;
- 21h: Discurso de Mary Daly, Membro do Fomc;
China:
- 22h30: Preços de Imóveis;
- 23h: Investimento em Ativos Fixos;
- 23h: PIB;
- 23h: Produção Industrial;
- 23h: Vendas no Varejo;
- 23h: Taxa de Desemprego na China;
- 23h: Coletiva de Imprensa do DNE;
-- Com informações da Bloomberg News