Cinco coisas que você precisa saber para começar esta segunda-feira, 15 de abril

Escalada do conflito entre Israel e Irã e seu impacto nos mercados financeiros é destaque, assim como trajetória dos juros no mundo

Petróleo tem sido um dos ativos mais fortes no mercado de commodities este ano
15 de Abril, 2024 | 08:32 AM

Bloomberg Línea — Os investidores ficam de olho nesta segunda-feira (15) nos possíveis efeitos que o conflito entre Israel e Irã pode ter nos mercados.

Os contratos futuros de petróleo não chegaram a ser afetados pelo ataque do Irã a Israel, com os traders atribuindo a falta de movimento significativo nos preços à ideia de que o ataque foi anunciado antecipadamente, e às expectativas de que o conflito permanecerá contido.

No cenário corporativo, a Tesla (TSLA) “reduzirá o número de funcionários global em mais de 10%”, escreveu Elon Musk em um e-mail para a equipe, enquanto a montadora enfrenta uma desaceleração na demanda por veículos elétricos.

Confira a seguir cinco destaques desta segunda-feira (15):

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1. Irã x Israel e o petróleo

O petróleo ignorou o ataque do Irã a Israel, com os preços recuando devido à especulação de que o conflito permanecerá contido.

O petróleo tipo Brent caiu até 1,4% em Londres, voltando a ser negociado abaixo de US$ 90. Mais de 300 mísseis e drones foram disparados pelo Irã durante o fim de semana, sendo a primeira vez que atingiu Israel a partir de seu território, embora a maioria tenha sido interceptada.

A missão do Irã nas Nações Unidas afirmou considerar o assunto concluído, enquanto o Ministério das Relações Exteriores iraniano acrescentou que não deseja aumentar as tensões no Oriente Médio.

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O petróleo tem sido um dos ativos mais fortes no mercado de commodities este ano, à medida que a Opep+ mantém um controle rigoroso sobre o fornecimento para reduzir os estoques e apoiar os preços.

As tensões renovadas adicionaram ainda mais ímpeto ao petróleo nas últimas semanas, enquanto os traders se preparavam para o ataque do fim de semana. Embora uma pequena parte dessa pressão tenha diminuído nesta segunda, ainda existem riscos mais amplos para os preços a longo prazo se as tensões permanecerem elevadas.

2. Para onde vão os juros?

O auge das taxas de juros globais já passou, mas o alívio para a economia mundial pode ser limitado, já que os formuladores de políticas monetárias permanecem cautelosos diante da ameaça da inflação.

Essa é a tendência dominante este ano em 23 dos principais bancos centrais monitorados pela Bloomberg. Todos, exceto três, são vistos como propensos a reduzir as taxas, mas o ritmo de flexibilização para muitos deles parece cada vez menos provável de refletir a velocidade agressiva com que o aperto monetário se estabeleceu inicialmente.

Mesmo que as preocupações renovadas com a inflação nos EUA se provem infundadas o suficiente para que o Federal Reserve possa iniciar cortes de taxa, o controle da política monetária sobre o mundo não ficará tão flexível, de acordo com o time de economia da Bloomberg.

3. Mercados

Os mercados globais se acalmaram nesta segunda-feira (15), com os traders especulando que os esforços diplomáticos ajudarão a evitar que o conflito entre Irã e Israel se intensifique.

As ações europeias tinham leves ganhos por volta das 7h (horário de Brasília) e os índices futuros de ações dos Estados Unidos sinalizavam uma recuperação em Wall Street após a queda de 1,5% do S&P 500 na sexta-feira (12).

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Os títulos do Tesouro americano caíram junto com o dólar. Já o petróleo tipo WTI caiu abaixo de US$ 85 o barril, enquanto o ouro avançou para US$ 2.350 a onça.

Embora os nervos ainda estejam à flor da pele devido à possibilidade de Israel retaliar após o Irã disparar uma série de mísseis e drones durante o fim de semana, os investidores se sentem um pouco mais tranquilizados depois que a missão iraniana das Nações Unidas afirmou que a questão “pode ser considerada como concluída”.

4. Manchetes dos principais jornais

Estado de S. Paulo: Gasolina mais cara, juros e fuga de capital: os possíveis impactos econômicos do ataque do Irã a Israel

Folha de S. Paulo: Reunião do Conselho de Segurança da ONU sobre Irã-Israel termina sem acordo

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O Globo: Crise Irã x Israel pode levar barril de petróleo a US$ 100 e pressionar reajuste de combustíveis

Valor Econômico: Crise Irã x Israel preocupa, mas efeito sobre petróleo será limitado

5. Agenda

Estados Unidos:

  • 9h30: Discurso de John Williams, membro do Fomc;
  • 9h30: Índice Empire State de Atividade Industrial;
  • 9h30: Vendas no Varejo;
  • 11h: Estoques das Empresas;
  • 11h: Nível de Estoques do Varejo excluindo Automóveis;
  • 15h: Atlanta Fed GDPNow;
  • 21h: Discurso de Mary Daly, Membro do Fomc;

China:

  • 22h30: Preços de Imóveis;
  • 23h: Investimento em Ativos Fixos;
  • 23h: PIB;
  • 23h: Produção Industrial;
  • 23h: Vendas no Varejo;
  • 23h: Taxa de Desemprego na China;
  • 23h: Coletiva de Imprensa do DNE;

-- Com informações da Bloomberg News

Tamires Vitorio

Jornalista formada pela FAPCOM, com experiência em mercados, economia, negócios e tecnologia. Foi repórter da EXAME e CNN e editora no Money Times.